Os agricultores Isamara de Araújo, 49 anos, e Pedro de Jesus, 50 anos, perderam quase tudo na tragédia de Brumadinho (MG). Foram um hectare de cana, o pomar, uma casa de alvenaria, oito cabras, 50 galinhas caipiras e 20 d´angola, uma porca com oito leitões. Da prole, sobrou apenas um filhote, que, por ter sobrevivido à onda de lama, ganhou até nome: Guerreiro.
— Esse aí não morre mais tão cedo. Decidimos que ficará sempre com a gente. Não será abatido — diz Jesus.
Ele e a mulher estavam esquentando comida para o almoço, em casa, na localidade de Parque da Cachoeira, quando foram surpreendidos pelo rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão.
— Parecia o fim do mundo. Só deu tempo de sair correndo — conta Isamara.
O chiqueiro e outras estruturas da fazenda ficaram soterrados. Horas depois, o porco Guerreiro apareceu, coberto de lodo, mas sem sinais de ferimentos.
— É um mistério como conseguiu se salvar. Foi bom ver o bichinho de novo— ressalta Jesus.