A prefeitura de Canoas garantiu, nesta quarta-feira (30), que oferecerá alternativas para evitar que venezuelanos trazidos ao município através de convênio com a Organização das Nações Unidas (ONU) acabem vivendo em situação de rua quando terminar o período de permanência nos abrigos. A garantia foi dada pela secretária de Desenvolvimento Social de Canoas, Luísa Camargo. Ela diz acreditar que todas as famílias de refugiados vão conseguir trabalho para se sustentar por conta própria até o fim do convênio, em 31 de março.
— Na rua eles não vão ficar, isso podes ter certeza. Até o final de março estamos monitorando cada situação, vendo como ajustar uma família com a outra. Ninguém vai ficar na rua. Isso é uma garantia que a gente tem do governo de Canoas — afirma a secretária.
Há duas semanas, a reportagem de GaúchaZH visitou os dois albergues pagos pela ONU, em Canoas, onde os refugiados já foram avisados que devem sair em 31 de março, o que gera preocupação e angústia entre os moradores. À época, a prefeitura se manifestou apenas através de nota. A reportagem mostrou casos como o da venezuelana Jorleidis Thellis, de 25 anos, desempregada. Morando no abrigo com sua filha de cinco anos, disse temer que a alternativa seja viver na rua com a criança.
— Estamos trabalhando com a questão do emprego, da capacitação. Já temos muitos encaminhados. Outros, por opção própria, não tiveram emprego, abriram mão, não se interessaram pela vaga, outros se desligaram ou foram desligados. Então, estamos buscando opções. E, antes de 31 de março, nossa meta é todos colocados em uma residência, mesmo que coletiva, com outras famílias. E trabalhando — diz Luísa.
Ainda segundo a secretária, as famílias de refugiados foram inseridas, na chegada a Canoas, no cadastro único que permite a pessoas em vulnerabilidade receber apoio financeiro do programa Bolsa Família. Conforme dados da prefeitura, nesta quarta-feira (30), no abrigo Farroupilha, seguem vivendo 76 venezuelanos. No abrigo Argentina, são, atualmente, 182 moradores.
Energia e água restabelecidas
A Secretaria de Desenvolvimento Social afirma que o problema de falta de luz no abrigo Argentina foi resolvido, por completo, no fim da tarde de terça-feira (30). O transtorno começou na madrugada de sábado (26), quando houve um princípio de incêndio nas caixas dos disjuntores, na central elétrica do abrigo. Por conta da falta de luz, também houve um período de desabastecimento de água, no domingo, no prédio que serve de moradia coletiva para refugiados.
A secretária diz que o problema aconteceu porque os moradores vêm utilizando a rede elétrica de maneira inadequada, utilizando muitos aparelhos domésticos por muito tempo e fazendo ligações próprias na fiação.
— Eles também foram sobrecarregando a rede com outros equipamentos: máquinas de lavar, ventilador, chapinha — comenta a secretária.