Covas abertas no Cemitério Parque das Rosas, em Brumadinho (MG), começam a receber corpos das vítimas da tragédia que cobriu de lama a região. Na manhã desta terça-feira (29), famílias de mortos permaneciam no local à espera dos enterros.
O município tem ao todo 10 cemitérios, três deles na área central. Como a maioria das vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão residia em Brumadinho, os locais começam a se preparar para a chegada de um grande número de corpos. Só no Parque das Rosas foram abertos nesta terça-feira cerca de 33 buracos, um ao lado do outro, cada um com espaço para receber até três caixões. Nas proximidades, foi montada uma tenda para abrigar as pessoas. Voluntários passaram a dar apoio no local, com água fresca e atendimento psicossocial.
— A gente escuta, acolhe. É muita dor envolvida. Procuramos ouvir e nos colocar no lugar do outro — disse a assistente social Adriana Chagas Corrêa, 47 anos.
Psicóloga e socorrista da Cruz Vermelha, Regina Vosso de Campos Martins, 60 anos, auxiliou uma viúva, que estava aos prantos.
— Se engolir o choro, vira doença lá na frente. É importante que as pessoas chorem, botem o que sentem para fora — concluiu Regina.
Pelo último balanço, divulgado na segunda-feira (28),foram confirmadas 65 mortes após o rompimento da barragem. Há ainda 279 pessoas desaparecidas.