Técnicos da Universidade de Brasília (UNB) analisam registros de sismógrafos para verificar o tremor relatado por moradores de Caxias do Sul na noite desta quarta-feira (14). A expectativa é de que, ao longo desta quinta-feira (15), o Observatório de Sismologia da instituição confirme se os equipamentos registraram ou não algum fenômeno.
Conforme o professor George Sand França, como os sismógrafos ficam distantes de Caxias —o mais próximo está em Canela —, é possível que não haja registro mesmo que tenha ocorrido um tremor de baixa intensidade. A distância também não permite uma análise precisa das causas apenas com base nos registros, mas causas artificiais são improváveis.
— Até é possível que seja por outro motivo, mas parece ser terremoto, pela característica da onda de choque registrada pelos sismógrafos no tremor de segunda-feira. O fato de ter ocorrido em horário quebrado e não na hora cheia também sugere que é um fenômeno natural — avalia França.
Com relação ao fato de os tremores terem sido sentidos à noite, o professor acredita que seja "coincidência". Essa avaliação é semelhante à do geólogo caxiense Nério Susin, que afirma não ter explicação para o horário do fenômeno. Susin descarta qualquer ação humana como causa dos tremores e diz que eles ocorrem em amplas profundidades.
Na noite desta quarta-feira (14) os bombeiros de Caxias do Sul receberam 20 ligações de moradores do bairro Petrópolis entre 20h30min e 21h. Eles relatavam novos tremores na região. O bairro foi um dos cinco, todos da zona leste da cidade, que registraram o maior número de relatos na noite de segunda-feira (12). Após análise de dados, o Centro de Sismologia detectou um tremor de magnitude 2 na escala Richter às 21h07min de segunda e outro de 1.8 às 21h23min.