Os cerca de 8 mil médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE Saúde) terão um incentivo a mais para disponibilizar consultas pelo plano. Após sete anos sem reajuste – o último havia sido em 2011 –, eles receberão um aumento de 35% no valor das consultas a partir do dia 1º de outubro.
O preço dos atendimentos, que por lei são pagos em coparticipação do usuário, irão sofrer alteração na mesma proporção (35%). A mudança, contudo, não afeta o valor da contribuição mensal dos beneficiários – que corresponde a 3,1% do salário.
O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (11), em coletiva de imprensa que contou com a presença do presidente do IPE Saúde, João Gabbardo dos Reis, e do presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes.
— Estamos dando o primeiro passo de uma sequência de conversações que estão sendo realizadas para promover a remuneração adequada. Esta medida inverte a tendência de decréscimo da remuneração dos médicos, é uma mudança de empenho para salvar o IPE — destacou Argollo.
Com a nova medida, que representa um valor de R$ 35 milhões a mais destinado a esse fim, o valor da consulta para os médicos habilitados como Pessoa Jurídica passará para R$ 90 (até então era de R$ 68) e como Pessoa Física para R$ 62 (até então era R$ 47). Para os beneficiários, as consultas que antes custavam entre R$ 7 e R$ 21, agora passarão para valores entre R$ 9 e R$ 28.
Os representantes das entidades esperam que, com o reajuste, os médicos se sintam incentivados a disponibilizar mais horários para consultas aos beneficiários do plano, e que isso reduza o tempo de espera para agendamento.
— O valor da consulta estava muito defasado, os médicos estavam desestimulados a agendar pelo IPE e os pacientes estavam com dificuldade de agendar, às vezes só tinha horário vago para daqui um mês. Esperamos mudar isso imediatamente. Estamos preparados para que haja um aumento no número de consultas em pelo menos 10% — detalhou Gabbardo.
O presidente do IPE explica, ainda, que o incremento de 35% no orçamento anual destinado a consultas médicas, que passa de R$ 100 milhões por ano para R$ 135 milhões, não representará um custo extra para a autarquia. Ele é resultado de uma mudança na metodologia de pagamento de medicamentos, o que permitiu uma redução no montante destinado a remédios sem diminuir a quantidade de medicamentos adquiridos.
Ainda de acordo com o presidente, esta medida é a primeira de uma série de mudanças que estão sendo planejadas para aproximar o IPE de outros planos de saúde quando o assunto é remuneração de médicos, qualidade no atendimento e disponibilidade de consultas:
— No momento conseguimos resolver a questão das consultas médicas. Esperamos que com as novas entidades que irão se associar ao IPE, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), haverá um aumento na base de contribuição e com isso poderá ser possível fazer reajuste nos procedimentos médicos, como cirurgias, visitas de médicos em hospitais, entre outros — finalizou Gabbardo.