O prefeito de Braga, Carlos Alberto Vigne (PDT), foi afastado do cargo nesta sexta-feira (10), por uma decisão judicial da 4ª Câmara Criminal. A decisão atende a pedido da Procuradoria de Prefeitos e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP). Nei do Pata, como é conhecido, ficará fora do cargo por 180 dias.
O afastamento temporário se deve a uma investigação do MP sobre possíveis atos de corrupção envolvendo o prefeito e empreiteiros de São Leopoldo, no Vale do Sinos. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Braga, Porto Alegre, Ijuí e São Leopoldo.
Conforme o promotor Heitor Stolf Júnior, o prefeito cobrou propina dos empresários investigados para direcionar uma licitação. O contrato seria para construção da rede coletora de esgoto na cidade de Braga. A concorrência, ocorrida em dezembro de 2017, ainda não foi finalizada.
Na operação, foram apreendidos documentos, celulares e computadores. Os mandados foram cumpridos na sede da prefeitura de Braga, incluindo o gabinete do prefeito e o Departamento de Licitações. Além disso, foram investigadas seis residências (uma em Braga, duas em Porto Alegre, duas em São Leopoldo e uma Ijuí), a Superintendência de Licitações e Contratos e na Superintendência Jurídica da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em Porto Alegre, as sedes das construtoras investigadas e um escritório de contabilidade.
Os empresários investigados foram presos preventivamente em fevereiro deste ano durante a Operação Água, realizada pelo Gaeco. Esta operação apura fraudes cometidas em licitações do Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo.
GaúchaZH tentou contato com a prefeitura de Braga, mas não recebeu retorno. O prefeito Carlos Alberto Vigne também não foi encontrado até o fechamento deste texto. A Corsan se manifestou por meio de nota. Confira a íntegra:
Primeiro, necessário esclarecer que a Corsan não é objeto de investigação na operação. A Companhia foi procurada hoje pela manhã pelos membros do GAECO. A diligência foi acompanhada pelo Superintendente Jurídico da Corsan. No momento, foi disponibilizada uma sala para acomodação das autoridades e todos os documentos solicitados foram alcançados. Encerrada a diligência, nos colocamos à disposição para colaborar no que for preciso. Não foram oferecidos maiores detalhes sobre a operação.