O soldado da Polícia Militar de São Paulo Leandro Barcellos Prior, de 27 anos, pediu afastamento de suas atividades profissionais após a divulgação de um vídeo em que aparece beijando outro homem. Após a veiculação da imagem, ele teria recebido ataques homofóbicos virtuais e ameaças de morte.
No vídeo, o rapaz aparece mexendo no celular e conversando com um amigo enquanto ambos estão dentro de um vagão da Linha 3 - Vermelha, no sentido Corinthians-Itaquera, em São Paulo. Em determinado momento, eles trocam um "selinho". Durante a ação, ele está vestindo o fardamento da polícia, no qual está identificado como "SD PM Prior".
Após receber as ameaças, Prior teria pedido afastamento da PM na sexta-feira (29), por estar "fortemente abalado", de acordo com o seu advogado, José Beraldo. Segundo ele, o rapaz está em uma clínica de repouso e sob tratamento com calmantes por ter passado por um "estresse profundo".
Ainda de acordo com o advogado, o PM está na corporação há quatro anos. Antes disso, residia no litoral norte de São Paulo.
Ameaças
Beraldo afirmou que um boletim de ocorrência será registrado ainda nesta terça-feira (3), para denunciar os ataques e as ameaças de morte recebidos por Prior. Segundo ele, a maioria das ameaças é de desconhecidos, inclusive de supostos policiais de "alta patente".
— É um crime de ódio. Ele não pode ser hostilizado. É um crime homofóbico gravíssimo — disse o defensor.
Devido às ameaças, Prior teria fechado os perfis que mantinha em redes sociais e, ainda, trocado de número de telefone.
— Estamos pedindo rigor nas investigações. Posso garantir que ele sempre honrou a Polícia Militar, sempre honrou a farda — afirmou o advogado.
Por meio de nota, a PM afirmou que Prior está afastado para "tratamento de saúde" após ter procurado o serviço médico da instituição. "As ameaças feitas ao PM pelas redes sociais, com conotação homofóbica, estão sendo apuradas", informou a instituição.
Além disso, a PM investigará o comportamento do soldado no vídeo. "A conduta do PM fardado no metrô captada em vídeo será apurada única e exclusivamente sob o aspecto administrativo, pois demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta."
A instituição afirma, ainda, ter colocado à disposição do soldado as medidas protetivas previstas pela Divisão PM Vítima, da Corregedoria, que apura crimes cometidos contra policiais e dá apoio a vítimas.