Dirigentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) se reuniram pela primeira vez, nesta segunda-feira (23), para discutir o futuro da freeway. No encontro, em Brasília, ficou acertado que o Dnit apresentará uma lista de exigências sobre os serviços que a EGR terá de prestar caso assuma a estrada.
O presidente da estatal gaúcha, Nelson Lídio Nunes, disse que ainda é necessário avaliar a viabilidade econômica do negócio. Em função do Tribunal de Contas da União (TCU) ter determinado que as tarifas devem ficar entre R$ 2 e R$ 4, Nunes quer ter certeza de que o negócio é rentável.
A expectativa é de que o Dnit apresente até terça-feira (24) os dados sobre a expectativa da concessão temporária da freeway. Nunes pretende avaliar os números junto ao governador José Ivo Sartori antes de bater o martelo.
— Hoje nós somos uma empresa equilibrada. Temos que ter este cuidado, nós não podemos entrar em uma aventura e, em função de determinados padrões de qualidade, subestimar a tarifa e provocar um desequilíbrio — ponderou.
Sem recursos para garantir a manutenção da estrada, o Dnit tenta agilizar o processo. O diretor-executivo do órgão, Halpher Luiggi, disse que as pendências jurídicas estão quase equacionadas. Desta forma, tem expectativa de delegar a estrada ao governo gaúcho até o final desta semana. Depois disso, caberia ao Piratini viabilizar a execução dos serviços junto à EGR.
— O governo federal delega o trecho ao governo do Estado e ele, dentro de sua dinâmica, prepara um plano de trabalho e cumpre. Mas vamos exigir, no mínimo, um patamar de prestação de serviço semelhante ao que era oferecido antes — afirmou.
Luiggi explicou que não cabe ao Dnit definir as tarifas de pedágio, apenas as questões de ordem técnica, sobre o trabalho que precisa ser desenvolvido na rodovia.
Hoje nós somos uma empresa equilibrada. Temos que ter este cuidado, nós não podemos entrar em uma aventura.
NELSON LÍDIO NUNES
Presidente da EGR
Além de analisar as exigências do governo federal, o presidente da EGR acrescentou que fará uma avaliação das condições da estrada. Somente depois destas etapas é que a estatal poderá responder sobre o preço da tarifa.
— Não existe almoço de graça, a exploração rodoviária é o equilíbrio financeiro e econômico da praça (de pedágio) em função dos padrões de qualidade — pontuou.
Embora ainda trate do assunto com cautela, Nunes garante que, se houver viabilidade econômica, a EGR terá condições de assumir a freeway, realizar contratos emergenciais e oferecer serviços no patamar da antiga concessionária, a Concepa.