A normalidade nas gôndolas dos supermercados gaúchos não deve voltar automaticamente com o fim da greve dos caminhoneiros. Apesar de considerar que o setor suportou relativamente bem o bloqueio imposto nas estradas, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) estima que, para encontrar nas prateleiras a variedade anterior à paralisação, os clientes terão de esperar 15 dias.
- Os produtos perecíveis, como hortifrutigranjeiros, voltam a ser oferecidos rapidamente. Neste final de semana, por exemplo, já se conseguiu repor, só ainda não com a mesma qualidade. Os itens de mercearia demoram mais. De modo geral, repor os estoques deve demorar 15 dias - prevê o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
Segundo ele, os dois primeiros dias da greve, momento de maior insegurança, foram de muita gente indo aos supermercados. Nesse período, as vendas aumentaram até 50%. Mas com o arrefecer do movimento grevista, os consumidores ficaram mais tranquilos e retomaram o ritmo normal de consumo. No sábado (2) e domingo (3), o movimento chegou a ser abaixo no normal.
Expectativa de preços sem aumento
Na avaliação da Agas, os estabelecimentos conseguiram suportar os momentos mais tensos da greve. Isso porque, em média, os supermercados trabalham com estoques de segurança que duram até 27 dias nas regiões metropolitanas. E no Interior, podem durar até 45 dias. Sobre repasse de preços ao consumidor, Longo é otimista.
- O momento foi de não se fazer repasses de preços aos clientes. Até porque o consumidor não paga uma variação do quilo da batata de R$ 3 para R$ 10, por exemplo. A saída para não repassar aumentos é ser uma empresa mais eficiente, diferente do que fez o governo federal, que repassou a conta para todos. Empresas consolidadas não se aproveitaram da situação - diz o presidente da Agas.