Em despacho na tarde desta segunda-feira (11), o presidente da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, Moisés Scussel Neto (PSDB), decidiu suspender a análise do pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema, que partiu de seis vereadores.
A justificativa apresentada para não abrir a CPI foi de que uma investigação do Ministério Público em caráter sigiloso já está em andamento.
Na semana passada, investigadores do MP cumpriram mandados de busca e apreensão nos gabinetes e nas casas de quatro vereadores, suspeitos de receberem pagamento em troca de apresentarem uma emenda ao projeto de revisão do Plano Diretor, que permitiria a construção de prédios mais altos no corredor gastronômico de Bento Gonçalves.
O presidente da Câmara argumenta que, na investigação do MP, todas as pessoas ouvidas prestaram compromisso de manter sigilo sobre o teor correspondente e, por isso, não seria pertinente um trabalho investigativo da CPI.
No despacho, o vereador também cita que o regimento interno da Câmara prevê que não seja admitido CPI sobre matérias do poder judiciário. Scussel Neto argumenta que o objetivo desse item do regimento é "salvaguardar" o trabalho do Ministério Público.
Ao final do despacho, o presidente cita que suspende a análise do pedido de abertura de CPI enquanto perdurar a análise judicial e enquanto o processo estiver em caráter sigiloso.