Seis vereadores de Bento Gonçalves assinam um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de pagamento de propina para aprovação de uma emenda no Plano Diretor do município. O documento foi protocolado nesta segunda-feira (4) com o número mínimo necessário para a solicitação.
Os vereadores que assinam o requerimento são Agostinho Petroli (MDB), Gustavo Sperotto (DEM), Idasir dos Santos (MDB), Elvio de Lima (MDB), Moacir Camerini (PDT) e Paulo Cavali (PTB). O regimento interno da Câmara prevê que o presidente defira o pedido caso ele se baseie em "relevante interesse da vida pública". A partir disso, a Casa tem cinco dias úteis para instalar a comissão, que conta com cinco titulares e cinco suplentes. O trabalho tem prazo de duração de quatro meses prorrogável por mais dois.
Na manhã desta segunda, o Ministério Público (MP) cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e nos gabinetes de quatro vereadores do município. Segundo o promotor Alécio Nogueira, da Promotoria de Justiça de Bento Gonçalves, o objetivo da operação foi colher provas que podem auxiliar nas investigações.
A apuração começou a partir de um áudio entregue ao MP em que o vereador Gustavo Sperotto (DEM) diz ter recebido proposta de R$ 40 mil de setores da construção civil para votar a possibilidade de prédios mais altos no corredor gastronômico da cidade. O tema tem causado polêmica nas discussões do Plano Diretor. Na gravação, o parlamentar diz que negou a propina, mas que outros seis colegas aceitaram.
Segundo Nogueira, embora Sperotto tenha citado seis vereadores, até agora havia elementos para realizar as buscas nas dependências dos quatro alvos da operação.
— Se reuniu elementos relacionados a esses quatro vereadores. Estamos avaliando outras situações, mas nada impede que parte dos parlamentares tenham assinado a emenda por convicção. Se houver elementos sobre outras pessoas, no entanto, o número de investigados pode aumentar — explica Nogueira.