Nesta sexta-feira (1º), depois de a greve dos caminhoneiros ter se encerrado e o abastecimento de combustível e de alimentos estar se normalizando, começaram a surgir áudios distribuídos em grupos de WhatsApp convocando novas paralisações. No Estado, empresários têm buscado orientação junto ao gabinete de Crise do governo para saber se um novo movimento de protesto nas estradas pode se formar a partir de domingo. O coordenador do gabinete e comandante da Defesa Civil, coronel Alexandre Martins, afirma que as mensagens distribuídas buscam causar intranquilidade.
— O Estado está organizado e estruturado. Retomamos o abastecimento. Não existe a possibilidade de voltar um movimento como aquele. Estamos fazendo monitoramento permanente. Se cinco caminhões se juntarem, nós vamos dispersar. As forças públicas no Brasil todo estão atentas — garantiu o coronel.
O gabinete de crise, montado sob o comando do vice-governador José Paulo Cairoli na sexta-feira (25), segue mobilizado, já que os integrantes estão de sobreaviso para qualquer ocorrência. Também seguem funcionando os canais para denúncias e pedido de ajuda por parte da população.
As informações espalhadas por WhatsApp deixaram caminhoneiros com temor de transitar a partir de domingo, o que fez com que empresários buscassem garantias junto ao governo. As autoridades não descartam, no entanto, alguma tentativa de sabotagem, como a colocação de miguelitos em estradas, mas seriam situações pontuais e isoladas.
A Polícia Federal (PF) confirma que permanece mobilizada no Estado para coibir eventuais abusos, caso ocorram novas paralisações com atos que configurem crimes de sua atribuição. Na quinta-feira, a PF realizou no Estado a primeira prisão por locaute — boicote empresarial — durante a greve dos caminhoneiros.
O alvo foi Vinícius Pellenz, da Irapuru Transportes Ltda., cuja sede fica em Caxias do Sul. Segundo a apuração, o transportador teria tido papel decisivo em bloqueios de caminhões realizados na RS-452, entre os municípios de Feliz e Vale Real, na encosta da Serra, e também na RS-122 e na BR-116. A defesa do empresário nega a responsabilidade de Pellenz e prepara pedido de habeas corpus para ingressar na Justiça Federal.