
O gabinete de crise instituído no Rio Grande do Sul durante a greve dos caminhoneiros divulgou, nesta sexta-feira (1º), que 1,7 mil caminhões foram escoltados na malha rodoviária gaúcha nos últimos seis dias. Desse total, 63% das escoltas foram realizadas a caminhões de combustíveis que estavam bloqueados.
Outros 13% dos escoltados foram veículos com carga de ração animal, 10% transportavam alimentos e 8% levavam gás de cozinha.
Conforme o governador do Estado, José Ivo Sartori, o gabinete seguirá monitorando a situação de transportes pelos próximos dias, até que não haja mais informações de mobilização de caminhoneiros. Sartori também disse não ser possível, ainda, avaliar o impacto econômico da greve para o Rio Grande do Sul.
— Eles (os impactos econômicos) não podem ser calculados agora, porque dependem da retomada e da velocidade da retomada de todas as ações — argumentou.
Conforme o secretário de Segurança do Estado, Cezar Schirmer, as suspeitas de prática de locaute no Rio Grande do Sul estão sendo investigadas apenas pela Polícia Federal, sem atuação das polícias gaúchas.
O coordenador estadual da Defesa Civil, Alexandre Martins, destacou que a situação mais complicada foi enfrentada na terça-feira (29), quando, segundo ele, não foi mais possível negociar com os manifestantes e foi preciso usar a força.
— As ações no final da noite de terça-feira começaram a ficar um pouco mais violentas, quando as negociações, às vezes, não funcionaram e a gente teve que fazer o uso progressivo da força — avaliou Martins, destacando que, especialmente no sábado (26), policiais e bombeiros precisaram assumir a direção de caminhões para garantir o abastecimento.
Os dados do gabinete de crise indicam ainda que, entre os dias 26 e 31, também foram escoltados ao menos 11 caminhões com insumos para tratamento de água, dois com produtos médicos e outros dois de medicamentos.