O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Salmo Dias de Oliveira, disse que os prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros ainda será calculado pela entidade, mas que só o corte do repasse da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) aos municípios representará perdas de R$ 12 milhões aos cofres municipais até o final de 2018. Segundo pesquisa da Famurs, pelo menos 300 prefeituras decretaram estado de calamidade pública ou situação de emergência, seja por prejuízos econômicos ou risco de morte de pacientes por conta da falta de combustíveis ou insumos hospitalares.
— Prefeitos nos ligavam apavorados relatando estarem prestes a ficar com ambulâncias sem gasolina na estrada, mas, graças a Deus, não houve nenhuma morte — comentou.
Prefeito de Rio dos Índios, Salmo comentou que o setor mais prejudicado foi o da agricultura, com desperdícios de leite e perdas de produção por impossibilidade de escoamento. Ele citou ainda mortes de animais e canibalismo por escassez de ração. Por outro lado, enalteceu o contingenciamento de combustível feito por algumas prefeituras, o que, nas palavras dele, "deu condições para atravessar esses 10 dias e manter o serviços essenciais".
Salmo não acredita que os decretos de situação de emergência e de estado de calamidade trarão ressarcimentos financeiros aos produtores, mas serviram para diminuir a burocracia durante o movimento grevista, agilizando, por exemplo, a aquisição de combustível pelo poder público para serviços básicos.
— A situação é muito dura, mas é preciso contabilizar os danos e enfrentar a realidade. Nos próximos dias nosso setor de arrecadação da Famurs vai divulgar isso (prejuízos). As medidas a serem tomadas pelos prefeitos, com certeza, serão muito duras — concluiu.