É crítico o cenário nas farmácias do Rio Grande do Sul devido às paralisações dos caminhoneiros, revela o presidente do grupo Dimed, dono da rede de farmácias Panvel, Julio Mottin. O principal problema se refere à dificuldade no abastecimento de remédios nas unidades espalhadas pelo Estado. Segundo ele, houve significativa piora nas reservas nos últimos dois dias.
— O que o pessoal está deixando passar são medicamentos para hospitais. Para as farmácias estão completamente bloqueados — diz Mottin. — Fora as regiões em que temos centros de distribuição, que são em Porto Alegre e Passo Fundo, a gente está com problemas em praticamente todas as outras cidades dos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná — completa.
Com 450 unidades da Panvel no país, 300 delas só no Estado, o presidente explica que a maioria dos fornecedores são de São Paulo, que, devido à paralisação, não estão conseguindo trazer medicações de lá. Com a situação "se deteriorando" nos últimos dois dias, Mottin pede sensibilidade aos manifestantes em relação à passagem das cargas.
— Tem pessoas que usam insulina, que fazem uso de medicamento crônico para hipertensão, psicotrópicos para problemas mentais, e daqui a pouco essas pessoas vão passar a não ter acesso a seus medicamentos. Isso é um problema bem grave — diz Mottin.
Nesta sexta-feira (25), há registro de pelo menos 140 pontos de concentração de caminhoneiros em rodovias do Estado, que protestam pelo quinto dia consecutivo contra o aumento no preço de combustíveis. Apesar de o Palácio do Planalto ter anunciado um acordo para colocar fim à greve na quinta-feira (24), parte da categoria do Rio Grande do Sul garante que não vai "arredar o pé".