A Companhia Especial de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros encontrou, na manhã desta segunda-feira (6), os corpos de um homem e uma mulher da mesma família que estavam desaparecidos após o naufrágio de uma embarcação no Guaíba na quinta-feira (2). As vítimas foram identificadas como Daniel Silvestre de Vargas, 50 anos, e sua sogra, Nair Guedes, 70 anos. Três pessoas haviam sido resgatadas com vida no domingo (5).
Os dois saíram junto a outros três membros da família da região do bairro Lami no feriado de Finados para aproveitar o dia em uma ilha do Guaíba. No final da tarde, quando eles retornavam a Porto Alegre, teria ocorrido um problema na bomba de porão - que retira água que eventualmente entra no barco. A embarcação teria afundado por causa disso.
Os Bombeiros só foram informados na tarde de domingo (5), por um dos filhos de Vargas que não foi ao passeio. Ele chegou em casa e estranhou que os parentes não estavam. O rapaz teria perguntado a vizinhos sobre o paradeiro da família, e foi informado que a família saiu para pescar na tarde de quinta e não havia retornado. Ele decidiu ir até a Praia do Lami, onde encontrou o táxi do seu pai e decidiu ativar as autoridades.
Nas buscas, foram encontrados a mulher de Vargas, Roselaine Denise Silvestre de Vargas, 42 anos, a filha, Pâmela Silvestre de Vargas, 19, e o filho Luan Silvestre de Vargas, 7 anos, em uma ilha na região conhecida como Ponta Escura, na cidade de Barra do Ribeiro. Conforme os bombeiros, eles apresentavam visíveis sinais de hipotermia e escoriações pelo corpo.
Eles contaram que passaram quase 12 horas na água com coletes salva-vidas, até encontrarem uma ilha. Relataram, também, ter ficado três noites sem alimentação. Eles forma inicialmente socorridos por pescadores locais, que colocaram eles em um barco para levar de volta ao Lami, mas este barco ficou sem gasolina no meio do trajeto.
O capitão Rafael Barcelos Venturella, comandante da companhia que fez as buscas, afirma que a família estava acostumada a fazer o trajeto, mas acredita que um temporal tenha atrapalhado a viagem.
— Eles saiam da Praia do Lami e cruzavam a parte toda de Itapoã chegando a Ponta Escura. Aí faziam o retorno e ficavam acampados. Eu acho que o problema todo é que deu um temporal com eles. A embarcação também deu problema na bomba, mas é uma embarcação pequena para enfrentar situações adversas — avalia o oficial.
O capitão diz ser um "milagre" que os três familiares tenham sobrevivido, principalmente por causa da baixa temperatura. No entanto, ele lembra que não havia coletes para todos.
— A informação que a gente tem é que os três coletes salvaram as vidas dessas três pessoas. O Daniel ficou agarrado em um tonel e a senhora Nair ficou agarrada a algum dos destroços da embarcação, que era de fibra — informa Venturella.