Na quarta-feira (11), Leandro aproveitou a promoção da carne tipo agulha à venda por R$ 8,98 o quilo na Rede Vivo de São Luiz Gonzaga, na região das Missões. Nesta sexta-feira (13), ao começar os preparos para um entrevero, prato especial que faria para a mulher e o filho de 16 anos, ele encontrou um projétil calibre 22 dentro do pedaço de carne. O caso foi denunciado na Secretaria Estadual de Saúde – que orientou o cliente a não divulgar seu nome completo por motivos de represália.
O corte tipo agulha, que fica região na abdominal do boi, custa em média R$ 13,95 nos supermercados da Capital. O pedaço comprado por Leandro no supermercado Rede Vivo não veio com a procedência do frigorífico de origem. A Secretaria Estadual de Saúde suspeita que o caso possa envolver crime de abigeato.
— Fiquei surpreso por achar esse projétil. Devem ter dado um tiro no boi. Mas, ainda assim, vou tirar a bala e fazer o prato para minha família— afirmou Leandro.
De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuárias e Irrigações, as ações de fiscalização agropecuária são realizadas em todo estabelecimento que recebe abate de animais de diferentes espécies ou que comercialize produtos cárneos em indústrias registradas na Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal - DIPOA/RS, garantindo assim a preservação da saúde pública.
— Atuamos combatendo o comércio clandestino de produtos de origem animal por meio de parcerias com o Ministério Público, porém, no que diz respeito ao varejo, atuamos de maneira suplementar, papel este que compete majoritariamente ao serviço de vigilância sanitária municipal e/ou estadual. Dessa forma, de acordo com a denúncia apresentada pelo consumidor, faz-se necessária uma apuração e maior atuação das vigilâncias municipais na fiscalização desses estabelecimentos, e também uma estruturação melhor desse órgão, visto que, só como exemplo, a cidade de São Luiz Gonzaga possui apenas dois servidores na Vigilância Sanitária para fiscalizar todo o comércio da cidade — explica o Fiscal Estadual Agropecuário Alonso Duarte.
Outro caso foi registrado em 2013
Em Caçapava do Sul, na região Central do Estado, durante um churrasco de domingo com a família, em 2013, Micheli Madrid Leão, 37 anos, também encontrou um projétil de calibre 22 quando servia um pedaço de carne para o filho, que na época estava com um ano e três meses. A carne também foi comprada em supermercado da Rede Vivo. Micheli procurou a Secretaria Municipal de Saúde e um advogado da cidade para relatar o caso. Ele foi orientado a registrar o caso na Polícia Civil.
— Estava picando a carne do churrasco, que já estava assada, para o meu filho. Quando passei a faca, senti algo metálico no corte. Quando fui verificar do que se tratava, encontrei um projétil de calibre 22 — relembra Micheli.
Confira a nota de esclarecimento da Rede Vivo:
Em razão da denúncia de uma carne com projétil de calibre 22 adquirida em um supermercado Rede Vivo em São Luiz Gonzaga, a empresa esclarece que:
- As carnes comercializadas no açougue da Rede Vivo de São Luiz Gonzaga têm nota fiscal de procedência do Frigorífico Silva, que conta com inúmeras certificações e processos de rastreabilidade de gado.
- Todos os procedimentos de recebimento das carnes envolvem conferência de temperatura, qualidade, validade, aparência visual e embalagem adequadas. Além disso, todas as carnes recebidas em nossos supermercados têm selo do Selo de Inspeção Federal SIF, garantindo que a carne foi inspecionada.
- A Rede Vivo informa, também, que tomou conhecimento do caso através da imprensa, ainda não tendo sido procurada pelo cliente, com a respectiva nota fiscal de compra, para que a troca do produto possa ser efetuada.
- Por fim, a empresa reitera que repudia severamente a prática do abigeato, crime gerador de diversos prejuízos à cadeia produtiva e de consumo no Rio Grande do Sul.
- Prezando pelo bom relacionamento com nossos clientes sempre, a Rede Vivo coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos.