Os recursos financeiros para realizar obras de manutenção e emergenciais nas rodovias federais do Rio Grande do Sul acabaram. Não há mais como fazer desde operações tapa-buraco até grandes reparos inesperados nos 5,3 mil quilômetros de competência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
A chuva dos últimos dias agravou a situação do asfalto e fez surgir vários buracos. Na quinta-feira (12), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) alertava para muitos buracos na BR-116 (Porto Alegre - Novo Hamburgo), BR-386 (Montenegro - Canoas) e BR-290 (Cachoeira do Sul - Pantano Grande).
No primeiro semestre, quando o governo federal detalhou o contingenciamento de recursos que ocorreria em 2017, a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul já alertava que o dinheiro acabaria antes do fim do ano se não houvesse complementação de verba. Dos R$ 8,9 bilhões previstos inicialmente para a autarquia em todo o país neste ano, aproximadamente R$ 3 bilhões foram cortados.
Para poder retomar os trabalhos e manter os serviços até o fim do ano, o Dnit precisaria de R$ 100 milhões até dezembro. Porém, o que tem garantido é apenas o montante de R$ 200 mil, que serão destinados para a BR-386, no trecho entre Tabaí e Canoas assim que a chuva der uma trégua. Mas a verba não é suficiente para um dia de serviço. Além disso, as obras da nova ponte do Guaíba e da travessia urbana de Santa Maria só têm recursos para mais 15 dias de trabalho.
- Nós vínhamos informando que o recurso acabaria em outubro e estávamos fazendo pedido de suplementação de verba. O Ministério dos Transportes fez sua parte e encaminhou a questão para o (Ministério do) Planejamento. Por enquanto não há nada definido. Há uma previsão inicial (de recebimento de novos recursos) para outubro, mas, por enquanto, sem definição de data - informa o superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, engenheiro Hiratan Pinheiro da Silva.
Ainda há recursos apenas para a recuperação do viaduto da Scharlau, na BR-116, para a duplicação do último trecho da BR-386, de parte do trecho sul da BR-116 e do lote quatro da BR-290, na região de Pantano Grande.
A anunciada obra da ponte do Rio Caí, na BR-386, por exemplo, está passando por licitação. Se estivesse concluída a concorrência pública, a recuperação não poderia começar pois não há recursos disponíveis.