O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade, na segunda-feira (11), uma nova resolução de sanções contra a Coreia do Norte após o sexto teste nuclear do regime comunista, em 3 de setembro.
Com o apoio de China e Rússia, o colegiado aprovou a iniciativa dos Estados Unidos com voto favorável dos 15 membros um mês depois de adotar outra medida que vetava as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e mariscos após o lançamento, em meados de agosto, de um míssil de médio alcance que sobrevoou o Japão.
Os Estados Unidos tiveram que tirar da proposta algumas medidas para conseguir o aval de Pequim e Moscou, como o embargo total petroleiro ou o congelamento dos bens do líder norte-coreano, Kim Jong-Un. Rússia e China são aliados do regime norte-coreano.
— Não buscamos uma guerra — assegurou a embaixadora americana Nikki Haley após a votação.
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A Coreia do Sul saudou a resolução, qualificada de "severa advertência" contra Pyongyang, enquanto o primeiro-ministro japonês "apreciou altamente" o texto, que mostra que a "comunidade internacional deve acentuar a pressão sobre a Coreia do Norte a um nível sem precedentes" para que "mude sua política".
A resolução proíbe as exportações de têxteis, envios de gás natural e limita as entregas de produtos derivados de petróleo refinado.
Ainda assim, restringe os países-membro das Nações Unidas conceber novas permissões de trabalho a cidadãos norte-coreanos. Cerca de 93 mil cidadãos trabalham no Exterior, tornando-se uma importante fonte de renda para financiar o programa de armamento de Pyongyang, segundo uma fonte americana.
Por outro lado, a resolução permite a inspeção de embarcações suspeitas de transportar para a Coreia do Norte carga afetada pelas sanções, embora com a autorização do país que está levando o material. O projeto de resolução inicial permitia examiná-los à força.
Estados Unidos, Reino Unido, França e Itália, entre outros países, coincidiram em que a nova resolução é "muito sólida", equilibrada" e manifesta a "unidade" e "determinação" da instituição internacional para abordar o problema.
Em busca da estabilidade duradoura
Com este novo pacote de sanções — o oitavo desde 2006 — a ONU quer pressionar a Coreia do Norte para que negocie o programa de armamento do país, que considera uma ameaça à estabilidade mundial.
A resolução limita a entrega de produtos derivados de petróleo a 500 mil barris durante três meses a partir de 1º de outubro e a 2 milhões de barris a partir de 1º de janeiro de 2018 durante 12 meses.
Isto representa um corte de 10% destes produtos, segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, que calcula que a Coreia do Norte importa 2,2 milhões de barris ao ano.
O regime importa gasolina e diesel principalmente da China, vitais para garantir o funcionamento dos setores agrícola, militar e de transporte.
Pequim, o aliado mais importante de Pyongyang, se negou a avalizar o embargo total petroleiro proposto por Washington, ao temer que deixaria em frangalhos a economia norte-coreana. A resolução estabelece que a Coreia do Norte continuará recebendo os 4 milhões de barris de petróleo procedentes da China.
A sanção contra as exportações têxteis privará o regime de US$ 726 milhões ao ano, segundo uma fonte americana.
O documento manifesta de todas as formas as preocupações de autoridades russas e chinesas, que defendem o diálogo, e destaca a necessidade de "garantir uma estabilidade duradoura no nordeste da Ásia" e "resolver a situação através de canais pacíficos, diplomáticos e políticos".
Moscou e Pequim impulsionam o estabelecimento de negociações com Pyongyang, mas sua proposta de deter os testes nucleares e lançamento de mísseis em troca da suspensão dos exercícios militares conjuntos entre Washington e Seul foi rechaçada pelos Estados Unidos.
A Casa Branca assegurou que a ação militar é uma das opções para abordar a crise norte-coreana e ameaçou cortar seus laços econômicos com os países que continuam comercializando com a Coreia do Norte — 90% de seu comércio externo é com a China.
O regime de Kim avisou, na manhã de segunda-feira, que não aceitará nenhum castigo por seus programas nuclear e balístico. O país alega que os testes são vitais para garantir a segurança diante da ameaça que os Estados Unidos representam.
O Ministério das Relações Exteriores prometeu, segundo um comunicado difundido pela agência estatal KCNA, que "os Estados Unidos pagarão o preço" se se aprovasse uma nova "resolução ilegal".