Embora o ministro Sarney Filho tenha participado da discussão sobre o novo decreto do governo que determinou a extinção da Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (Renca), o Ministério do Meio Ambiente era contrário à medida. Conforme o jornal O Globo, a pasta elaborou documento em que alertou sobre o "possível aumento do desmatamento associado, principalmente, aos efeitos migratórios" que seriam causados com a licença para a mineração na região.
A nota técnica de 20 de junho da Secretaria de Mudanças do Clima e Florestas, que faz parte do ministério, lista 646 requerimentos de lavra para exploração mineral na Renca. Os locais ficam em terras indígenas e unidades de conservação.
"Ainda que estejamos convictos da conciliação entre produção/extração e proteção ambiental, ressaltamos que essa expansão não deve se dar sobre Terras Indígenas e Unidades de Conservação (exceto quando previsto no Plano de Manejo da unidade), haja vista a importância dessas áreas de floresta para a manutenção da biodiversidade e a garantia das metas brasileiras de redução do desmatamento", diz o documento, que ainda alertava sobre o risco de aumento da violência na região.
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O segundo decreto do governo foi publicado na segunda-feira (28), após críticas ao texto anterior. Com aproximadamente 4 milhões de hectares, a área da Renca, entre os Estados do Amapá e do Pará, tem potencial para exploração de ouro e outros minerais.
O novo decreto diz que o local poderá ter regulamentada a exploração mineral "apenas na área onde não haja sobreposição como unidades de conservação, terras indígenas e faixa de fronteira".