As buscas por sobreviventes do naufrágio da manhã desta quinta-feira (24) na Baía de Todos os Santos, em Salvador, continuará até que todas as pessoas que estavam na lancha Cavalo Marinho I tenham sido localizadas, garantiu o Comando do 2º Distrito Naval, sediado em Salvador.
Em nota, a guarnição afirmou que serão instaurados dois inquéritos, um para apurar o que aconteceu e outro administrativo, para investigar causas, circunstâncias e responsabilidades do "lamentável e doloroso acidente". Até o momento, foram confirmadas 18 mortes pelas autoridades.
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O 2º Distrito Naval informou também que a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) recebeu, às 7h45min, por meio de rádio, o pedido de socorro enviado pela embarcação Joana Angélica, com a informação de que a lancha de passageiros Cavalo Marinho I havia naufragado perto da localidade de Barra da Penha, na Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos.
De acordo com o comando, imediatamente, o Serviço de Busca e Salvamento do Leste, operado pelo 2º Distrito Naval, enviou para o local do acidente cinco embarcações da Capitania dos Portos e quatro navios com médicos e mergulhadores a bordo, em um total de 130 militares da Marinha.
Além disso, a CPBA acionou o Corpo de Bombeiros Militar, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e o Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia, que enviou um helicóptero ao local. A CPBA também emitiu aviso-rádio para que embarcações próximas auxiliassem no resgate".
Segundo a Associação de Transportadores Marítimos da Bahia, a Cavalo Marinho I, com capacidade para transportar 160 pessoas, estava com 116 passageiros e quatro tripulantes a bordo, e tinha saído do terminal de Mar Grande, na Ilha de Itaparica, com destino a Salvador.
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que cerca de cem pessoas já deram entrada para atendimento nas unidades de saúde da Ilha de Itaparica, em razão do acidente. A coordenação do Samu informou que os resgatados com vida não serão mais levados para Salvador, mas encaminhados para cidades próximas. Somente casos graves devem ser atendidos na capital.
Agentes dos órgãos de Defesa e Resgate enfrentam dificuldades no local do naufrágio devido aos fortes ventos.
No Terminal Marítimo de Salvador, parentes das vítimas se aglomeram em busca de informações. Os órgãos do governo estão prestando atendimento no local. Mas alguns reclamam que ainda têm dificuldade em confirmar se parentes estavam na embarcação que naufragou. A costureira Rosa Maria conta que demorou para conseguir a confirmação da morte da sobrinha, Alessandra Santos, cuja idade não soube precisar.
– Ela tem uns 40 anos e não resistiu, foi achada morta na praia, mas o marido dela foi encontrado com vida e socorrido. Eles nos recebem aqui e nos levam para o fundo do terminal para que a imprensa não veja a falta de informação – diz.
Um dos membros da Associação em Defesa dos Passageiros, José Batista Lima, disse que moradores da Ilha de Itaparica já haviam relatado as péssimas condições das lanchas e a falta de fiscalização:
– Os moradores da ilha pediram nosso apoio e eu iria para lá no sábado, para averiguar a situação das lanchas e fazer um ofício às autoridades competentes. Os moradores me diziam que se houvesse fiscalização isso não aconteceria, porque a lancha estava em estado muito ruim.