Dados do sistema Datasus, do Ministério da Saúde, que contabiliza atendimentos médicos em todo o país, apontam que, nos últimos 10 anos, 1.289 pessoas morreram em acidentes de transporte sobre a água. Só os Estados do Pará e do Amazonas, nos quais a conexão entre as cidades é feita majoritariamente por barcos, registraram 610 casos, quase metade das ocorrências.
A Bahia, onde uma embarcação com 129 pessoas naufragou nesta quinta-feira (24), fica empatado em segundo lugar com o Ceará entre os Estados do Nordeste com mais acidentes. No período analisado, há registro de 37 mortos em cada um dos dois. À frente deles, na mesma região, está o Maranhão, com 79 ocorrências.
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Os dados vão de 2006 a 2015 – os números de 2016 ainda não estão concluídos. O ano mais letal nesse quesito foi 2008, quando houve registro de 187 óbitos.
O número total de mortes dessa natureza tende a ser maior, uma vez que o Datasus depende do correto preenchimento de dados por parte das diversas unidades de saúde do país no momento dos atendimentos. O total de afogamentos no período, por exemplo, chega a 55 mil casos, mas inclui todos os tipo de afogamentos.
Pará
Na noite de terça-feira (22), no Pará, a embarcação Capitão Ribeiro naufragou deixando ao menos 21 mortos. O navio saiu do município de Santarém, oeste do Estado, com 70 pessoas a bordo, e afundou em uma área chamada de Ponte Grande do Xingu. Chovia no momento do acidente e muitos sobreviventes relataram que a embarcação foi atingida por uma tromba d'água – fenômeno similar a um tornado. Pelo menos 37 pessoas continuam desaparecidas.