Um dos mais polêmicos e inquietos colunistas do Rio Grande do Sul, o jornalista Paulo Sant'Ana morreu nesta quarta-feira (19), aos 78 anos, vítima de uma parada cardíaca, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O velório está marcado para as 8h30min de quinta-feira (20), na Arena, em Porto Alegre. O sepultamento deve ocorrer às 17h, no Cemitério João XVIII.
Confira repercussões sobre a morte:
"Ninguém foi maior do que Paulo Sant'Ana na imprensa do Rio Grande do Sul. Falo sem nenhum medo de errar. Guerrinha foi o maior amigo do Sant'Ana e dizia: 'Sant'Ana, duas pessoas sabem que tu não estás doente: eu e tu'."
Pedro Ernesto Denardin, narrador
"Deixo meus sentimentos à família. Meu sucesso no Grêmio, devo muito ao Sant'Ana. Lembro bem do início da minha carreira. Ele brigava com o mundo para que eu jogasse. Me tornei este jogador graças muito ao Paulo Sant'Ana."
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio
"Nos 60 anos da RBS, muitos companheiros passaram por aqui, cada um deles oferecendo sua contribuição para a empresa e, especialmente, para o público. Entre todos, Paulo Sant´Ana se destaca fortemente. Quem não teve, nos últimos 45 anos, momentos de admiração, antagonismo e de discordância com essa figura incomum que ele foi? Sant´Ana escreveu sua história profissional dentro da RBS, conquistando um público que lhe foi cativo durante toda a sua jornada. Deixa inúmeras lições de competência e muita saudade."
Jayme Sirotsky, presidente emérito do Grupo RBS
"Meu convívio com ele era permanente e eterno. Nossa amizade era fraterna. Eu era, praticamente, irmão dele. Acompanhei muitos momentos da vida dele, alegres e tristes."
Fernando Ernesto Corrêa, jornalista e advogado
"Minha relação com ele era tão íntima que ele fez para mim o discurso que queria que eu fizesse no dia de seu enterro. Recebo essa notícia com muita tristeza, emoção e reflexão. Sant'Ana entrou na RBS no mesmo dia que eu entrei. Seu primeiro registro na carteira de trabalho é de 1º de abril de 1971, exatamente como eu."
Nelson Sirotsky, acionista do Grupo RBS
"Hoje é um dia triste para o nosso Estado, para a RBS, para a comunicação e para toda a minha família. Não era só um colega, era uma pessoa muito próxima de todos nós. Conviveu por mais de 40 anos e, como muitos colegas, acabou virando um amigo. Perdemos um pedaço de nós, da nossa empresa."
Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do Grupo RBS
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"É muito triste a gente ficar gente ficar sabendo da morte de uma inteligência tão viva como a do Sant'Ana."
Luis Fernando Verissimo, escritor
"Eu o conhecia como alguém que gostava de samba, de boemia, de Lupicínio. Quando nos tornamos colegas, entendi o que Cândido Norberto havia dito para Lauro Schirmer sobre ele: 'Contrata que é um gênio'. Como amigo, convivi com o gênio. Vou lembrar sempre do momento em que, há pouco tempo, li para ele um poema de Augusto dos Anjos, o poeta preferido dele. Parei num certo trecho – e ele completou. Embora esperasse por isso (a morte), levo uma pancada."
Cláudio Brito, jornalista
"Mais que jornalista e torcedor do Grêmio, Paulo Sant'Ana era um personagem do nosso Estado. Íntimo de todos nós. Lamentamos muito."
José Ivo Sartori, governador do RS
"Morreu o gênio Paulo Sant'Ana. Tenho orgulho de ter convivido com esse cara frente a frente durante anos, de ter brigado muito com ele, de ter repartido cigarros, de ter planejado viagens e bobagens nunca realizadas. Era completo como comunicador, era controverso, complicado, um louco assumido, mas era amoroso com seus amigos. Foi o nosso maior talento da comunicação de todos os tempos. Para mim, foi um grande amigo."
Moisés Mendes, jornalista
"O Sant'Ana deveria ser como o Grêmio: imortal. Mas o Sant'Ana, hoje podemos dizer, está indo para uma melhor, fez tudo que tinha que fazer. Fez tudo. Não faltou nada, nada!"
Adroaldo Guerra Filho, comentarista
"Sant'Ana teve um papel único no jornalismo e na sociedade gaúcha. Ele conseguia traduzir como ninguém a voz das ruas por meio de um linguajar singular e de um texto impecável. Podia-se discordar dele, mas jamais ignorá-lo. Sua voz e seus escritos vão ressoar para sempre."
Marcelo Rech, vice-presidente Editorial do Grupo RBS
"Estou no jornalismo há 58 anos, o Sant'Ana estava há 10 ou 12 anos menos. Ele começou pelas mãos de Cândido Norberto. E eu diria que o rádio gaúcho se divide em antes e depois de Cândido Norberto. Ele teve a inteligência, a percepção, de que ali estava uma lenda. O Paulo Sant'Ana é uma lenda, um ícone."
Lauro Quadros, jornalista
"Talvez não tenha existido uma figura tão única, tão marcante. Será difícil contar todas as lembranças, sejam elas dos momentos de briga, de enfrentamento ou de alegria. Convivi com ele na Rádio Gaúcha, na TV, vivi situações de ter também de apartar o Sant'Ana na época do saudoso Flávio Alcaraz Gomes. São muitas histórias, e 24 horas, 48 horas, não serão suficientes para contar tudo sobre o Pablo."
Pedro Sirotsky, acionista do Grupo RBS
"Foi o jornalista mais famoso da história do Rio Grande do Sul e sempre será. Sempre ocupou com muita gana, dedicação e vontade todos os espaços dele. Costumo dizer que não somos donos dos espaços, somos inquilinos. O Sant'Ana era 100% em cada pequeno espaço dele."
David Coimbra, jornalista
"Uma perda irreparável, pois poucos são aqueles que ficaram tanto tempo no ar e tiveram uma postura de defender o Grêmio. Conseguiu por sua inteligência, audácia, perspicácia, por ser uma unanimidade no Estado. Estamos de luto, já providenciando para que o velório seja na Arena. É uma homenagem mínima para um gremista tão inteligente e importante. Fico muito sentido com a morte dele."
Romildo Bolzan, presidente do Grêmio
"Eu sou só mais um moleque que abria a Zero Hora de trás para frente para ler a coluna do Sant'Ana. Imitar ele mudou a minha vida. Não sei onde estaria hoje se não imitasse ele. É uma grande homenagem que a gente faz para ele. Tem uma geração de pesosas que conhecem o Santaninha e acham que ele é um personagem que eu criei, mas não é. É uma imitação do maior jornalista do Rio Grande do Sul"
Duda Garbi, humorista
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"Quando tinha uma rodinha, só ele falava. E sempre foi interessante escutá-lo."
Wianey Carlet
"Meu primeiro sentimento é de conforto com a Inajara, esposa, e filhos, que realmente o acompanharam nesses últimos momentos. Todos eles merecem o nosso abraço. Sabemos quem foi Paulo Sant'Ana e o que significou para a imprensa do Rio Grande Sul. Tive o privilégio de conhecer os seus lados pessoal e profissional. Vai ficar como uma referência. Perdi um amigo."
Nilson Souza, jornalista
"Em meu nome, como amigo e representante do Inter, temos o dever de externar os nossos sinceros pêsames e sentimentos aos colegas, admiradores, amigos e familiares pela perda do grande jornalista."
Marcelo Medeiros, presidente do Inter
"Foi o maior megalomaníaco com quem eu convivi e o melhor amigo de seus amigos."
Carlos Bastos, jornalista
"Convivemos por pelo menos 25 anos na rádio e no Jornal do Almoço. Fizemos várias viagens pelo Interior com o jornal no fim dos anos 1980 e início dos 1990. Era um cronista de muita classe, um autodidata e um colega muito alegre. Não há no Estado quem não conheça Sant'Ana. Uma perda esperada, mas um homem que honrou o jornalismo. Poucas figuras foram tão expressivas como Paulo Sant'Ana."
Lasier Martins, senador
"Acredito que a coluna dele era a mais lida de Zero Hora pela repercussão que gerava fora do mundo da mídia, nos bares, nos encontros. Os textos dele criavam comentários no cotidiano da nossa cidade. É uma pena (a morte), mas ele deixou muitas marcas, em muitas épocas, de muitos momentos."
Nelson Marchezan, prefeito de Porto Alegre
"Ele é a figura dos extremos. Era capaz de iluminar com uma frase, um gesto. Era capaz de compreender e sentir o ser humano, nessa figura excepcional. Convivi com ele por mais de 60 anos e por muito tempo no Sala de Redação."
Ibsen Pinheiro, deputado estadual
"Sant'Ana está acima da rivalidade Gre-Nal. Até os colorados mais ardorosos admiravam sua inteligência e coragem de dizer o que lhe cabia."
Alexandre Fetter, comunicador
"Com um pesar que lamento o falecimento do jornalista Paulo Sant'Ana, com quem tive a alegria de desfrutar de sua companhia em alguma ocasião e de sempre ler a sua atrativa coluna. Deixo o meu abraço e o meu carinho para toda a equipe de jornalismo do Grupo RBS."
José Pablo Alzina, cônsul-geral da Espanha em Porto Alegre