Um dos amigos de longa data de Paulo Sant'Ana é o executivo Geraldo Corrêa, que chefiou o jornalista quando ocupava cargo diretivo na RBS. Os dois conviviam em churrascadas, aniversários de família, festas da firma, mas nem por isso Sant'Ana deixava de dar alguma dor de-cabeça.
Um dos casos ocorreu quando Sant'Ana resolveu debochar de um carro de uma das maiores montadoras do país. Escreveu uma coluna inteira criticando o automóvel e o chamando de lata de sardinhas. Acontece que a empresa era anunciante da RBS e seus executivos ligaram, furiosos, para Corrêa, exigindo retratação no lugar da coluna. Sant'Ana não se desculpou, e por um tempo as relações entre as empresas ficaram rompidas.
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– O Sant'Ana era um extremista não-radical, se é que algo assim pode existir. Tinha opinião sobre tudo, mas era surpreendentemente moderado ao me dar conselhos.
Geraldo Corrêa ressalta o que considera as maiores qualidades de Sant'Ana: ser a voz do povo, um autêntico que interagia em todas as tribos.
– Um tipo que fará falta, nesse mundo muito certinho – define Corrêa.