O ambulante Ademilson de Oliveira, de 31 anos, dono da bicicleta que seria o motivo da agressão ao adolescente que teve a testa tatuada , condenou a ação do tatuador e do comparsa. O caso ocorreu em uma pensão em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. As informações são do site G1.
– Fui dormir com medo, com meu coração apertado. Chorei nessa noite – afirmou Ademilson ao portal.
Ademilson tem deficiência física e vive do que ganha com vendas e trocados que recebe no semáforo. Ele disse ainda que não estava no local quando o adolescente de 17 anos foi surpreendido pelos agressores.
– Quando eu cheguei eles falaram que ele estava tentando roubar minha bicicleta. Estou em choque até agora. Se eu estivesse aqui não teria deixado - disse ele. – Que dessem uns tapas na orelha e mandasse ele embora, ou chamassem a polícia. Não precisava fazer uma barbaridade dessas.
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Conforme Ademilson, a bicicleta está quebrada.
– Se pegarem o moleque com isso escrito na cabeça, matam ele. E a mãe dele, como é que fica? – questionou.
O caso
A tortura contra o jovem foi cometida por Maycon Wesley Carvalho dos Reis e Ronildo Moreira de Araujo, que acusaram o rapaz de tentar furtar a bicicleta de Ademilson - o adolescente nega. A agressão foi praticada em uma pensão da cidade da região metropolitana de São Paulo. A dupla dominou e amarrou o adolescente a uma cadeira. Depois, a frase "Sou ladrão e vacilão" foi escrita em sua testa. O ato foi filmado pela dupla, presa em flagrante por tortura na sexta-feira (9).
Após a divulgação do caso, o coletivo Afroguerrilha criou uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro e custear a remoção da tatuagem na testa do rapaz. O grupo pretendia conseguir, inicialmente, R$ 15 mil. Até o domingo, já havia obtido R$ 19,8 mil em doações.
*Zero Hora