A sexta-feira (2) amanheceu com a informação de que o nível do Rio Uruguai estabilizou em Porto Mauá. A notícia é importante para todo o Estado, pois, embora o nível do rio deva continuar subindo nas cidades por onde ainda passa e influenciar outras bacias, é sinal de que, ao menos por enquanto, há uma previsão de limite das cheias, já que também parou de chover – ao menos por enquanto.
Em Porto Mauá, o Rio Uruguai chegou a passar dos 14 metros e 30 centímetros, o que representa cinco metros acima do limite para a travessia da balsa entre o município gaúcho e Alba Posse, na Argentina. Com isso, 18 famílias tiveram de deixar suas casas.
– Como parou de chover, a tendência, agora, é de que o rio comece a baixar – afirma o major Paulo Kunkel, coordenador regional da Defesa Civil.
Leia mais:
Sobe para 41 o número de municípios em emergência no RS
RS deverá ter mais dias seguidos de chuva na primeira quinzena de junho
Bombeiros fazem buscas a caminhoneiro desaparecido em rio após acidente
Nas demais cidades da região por onde irá passará ao longo desta sexta-feira, como Porto Vera Cruz, Porto Lucena e Porto Xavier, o rio deve seguir subindo e pode provocar a retirada de mais famílias de suas casas. Até quinta-feira (1), 80 famílias estavam na casa de amigos ou em abrigos e, ainda hoje, o número deve dobrar.
Na sequência, o rio Uruguai chega à Fronteira Oeste. Em São Borja, cerca de 70 famílias estão fora de casa devido ao nível rio já ter passado do dobro do normal (6 metros), chegando a 14 metros. A mesma situação ocorre em Itaqui, onde mais de 180 famílias foram afetadas, a grande maioria delas está desabrigada. A expectativa é de que o rio que siga subindo, em média, 1 centímetro por hora, até domingo.
– Nossa maior preocupação, agora, é com Uruguaiana, a maior cidade da região e onde o rio tem mais vazão. Se chegar na cota de 11 metros, sendo que agora tá em 10 metros, vai afetar um número bem grande de pessoas – avalia o coordenador da regional da Defesa Civil, major Rinaldo da Silva Castro.
Conforme ele, São Borja, Itaqui e Uruguaiana já decretaram situação de emergência e, nesta sexta-feira, as prefeituras devem encaminhar pedido de ajuda humanitária ao governo do Estado. Entre as principais necessidades dos moradores estão colchões, cobertores e cestas básicas. Além disso, Os próprios municípios estão organizando campanhas de doações para ajudar as famílias atingidas.
Os afluentes do Rio Uruguai influenciam praticamente todas as bacias do Estado, com isso, a notícia de que começou a estabilizar é comemorada pelas regiões do entorno, como os vales do Sinos, Taquari, do Rio Pardo e Caí, a Região Metropolitana e a Serra. Os rios que passaram por essas regiões devem seguir subindo por até cinco dias. O Guaíba, por exemplo, pode voltar a subir na segunda-feira, avalia a Defesa Civil.
