Os quatro pais de vítimas da tragédia da Boate Kiss, que haviam sido processados por promotores e ex-promotores de Santa Maria, anunciaram, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (30), em Santa Maria, novas ações que pretendem colocar a prática. A principal delas é pedir a retirada dos dois promotores que atuam também no processo criminal da tragédia, Joel Dutra e Maurício Trevisan.
Ambos moveram ação contra os pais e também foram os responsáveis pela acusação dos quatro réus no processo criminal que apura a responsabilidade pelo incêndio ocorrido em janeiro de 2013. Sérgio da Silva, presidente da Associação de Vítimas da Tragédia, disse que a medida busca dar transparência para o caso:
– Se estamos lutando contra eles, como é que nós vamos nos unir a eles para acusar alguém? Qual a moralidade que tem nisso? Então, queremos moralidade nesse processo.
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Os pais também disseram, por meio de uma nota de repúdio, que não concordam com o pedido de absolvição feito pelo Ministério Público (MP) porque consideram que são inocentes e não cometeram calúnia contra os promotores.
Nesta semana, o MP protocolou o pedido de absolvição dos pais Paulo Tadeu Nunes de Carvalho, Sérgio da Silva e Flávio da Silva que foram processados pelos promotores de Justiça Ricardo Lozza, Joel Oliveira Dutra e Maurício Trevisan.
Conforme o MP, o pedido de absolvição foi feito porque os promotores estão satisfeitos com o resultado dos processos, antes mesmo da conclusão, pois conforme o órgão, as ofensas dos pais aos promotores cessaram. O MP alega ainda que, no momento em que o recurso dos pais foi negado pelo Tribunal de Justiça, no início da semana, ficou claro que os promotores agiram corretamente durante todo o processo.
Uma mãe de vítima da tragédia, Irá Beuren, também é processada, mas, pelo promotor aposentado João Marcos Adede y Castro e o filho dele, Ricardo Luís Schultz Adede y Castro. Irá é processada por injúria, difamação e falsidade ideológica. Como são processos diferentes, os pais querem que os autores desse caso retirem o processo contra a mãe, pois também consideram que ela não cometeu crime. A defesa de Irá disse que vai aguardar a sentença, já que o processo está em fase mais adiantada.