No momento em que o ministro Herman Benjamim lia o seu voto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo cassação da chapa Dilma-Temer, o presidente Michel Temer participava de mais uma cerimônia. Era a comemoração do aniversário de 152 anos da Batalha Naval do Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília. Com isso, Temer busca demonstrar que segue governando e cumprindo suas agendas, apesar dos problemas políticos enfrentados.
No evento, foram entregues homenagens a figuras públicas. Entre os agraciados deste ano, estavam os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), não compareceu ao evento.
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Na solenidade, Temer ouviu "toque da Vitória", saiu sem falar com a imprensa, deixando para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, falar em nome do governo. Ao ser questionado se acreditava que o peemedebista chegaria ao final do seu mandato, o ministro respondeu que, "constitucionalmente ele tem esse direito".
Na cerimônia, no entanto, o destaque foi para o discurso do comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que fez paralelos entre "a fúria do mar" enfrentado à época para vencer a batalha Naval do Riachuelo e os dias de hoje. Ele começou a leitura da sua ordem do dia exaltando a "data magna" da Força, lembrando a fala do almirante Barroso - "sustentar o fogo que a vitória é nossa".
O almirante Leal Ferreira disse que é preciso "enfrentar as dificuldades do presente com a mesma coragem e determinação" e citou as "condições adversas" e "tempos difíceis e incertos" vividos hoje no país.