O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga Neto foi acusado pela esposa, Élida Souza Matos, por agressão nesta sexta-feira. A mulher registrou boletim de ocorrência de violência doméstica na 1ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, mas depois fez uma retratação, o que pode levar o caso ao arquivamento. O advogado de Admar, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, divulgou nota em que diz que tudo não passou de "um desentendimento".
A suposta agressão foi revelada pelo site Metrópoles, que afirma que Élida teria se ferido no olho e sofrido agressões verbais. Se o exame de corpo de delito confirmar a lesão corporal, a retratação ao BO não é suficiente para arquivar o processo, conforme a Lei Maria da Penha.
Neste caso, como tem foro privilegiado, a possível investigação contra o ministro ficaria a cargo do Ministério Público e iria para o Supremo Tribunal Federal. (STF). Só lá poderia ocorrer a decisão pelo arquivamento.
"O casal Élida Souza Matos e Admar Gonzaga Neto lamenta profundamente e pede desculpas a seus familiares e amigos pelo incidente ocorrido, que não passou de um desentendimento, com exasperação de ambos os lados. Esclarece ainda que o fato noticiado pela imprensa está sendo tratado pelo próprio casal estritamente no âmbito familiar e que buscará o melhor entendimento e o pleno resguardo da integridade de ambos. Nesse momento delicado, pede a todos e todas compreensão e que respeitem a intimidade e a privacidade do casal", afirmou Kakay em nota.
Ministro é neto de catarinense ilustre e já defendeu partidos políticos
O ministro Admar Gonzaga Neto foi indicado no final de março deste ano, pelo presidente Temer, para a vaga que ocupa no TSE, no lugar de Henrique Neves. Ele é filho do médico Augusto Luiz Gonzaga e nasceu no Rio de Janeiro em 1960, quando seu pai trabalhava lá. O jurista é neto de Admar Gonzaga, grande empresário do ramo da construção civil que atuou em Santa Catarina no início do século 20 e deu nome a uma rodovia estadual que corta o bairro Itacorubi, em Florianópolis.
Admar Gonzaga Neto morou no Rio de Janeiro por alguns anos, mas veio para Florianópolis junto com a família quando seu pai se aposentou. Em Florianópolis, fez o primeiro e segundo graus nos colégios Alferes Tiradentes e Catarinense. Foi funcionário do extinto Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) entre 1980 e 1992. No ano seguinte, se mudou para Brasília, onde cursou Direito no Uniceub. Durante esse período, chegou a trabalhar como motorista do deputado Renato Johnson (PDS-PR).
Fez carreira na advocacia eleitoral, especializado na atividade partidária, com serviços prestados ao PP, DEM e PSD. Também foi advogado da campanha da chapa Dilma-Temer em 2010. Na Câmara dos Deputados, foi assessor do PPR, PPB, PFL e DEM. Foi advogado de causas marcantes no TSE. Atuou na defesa da criação do PSD, partido liderado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e criado em 2011, e foi autor da consulta feita pelo DEM ao TSE que deu origem ao reconhecimento da infidelidade partidária como causa de perda de mandato.
Em junho, participou do julgamento que pedia a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE e votou pela absolvição – além de protagonizar embates com o relator do processo no tribunal eleitoral, ministro Herman Benjamin.
Leia também: