O ex-diretor-presidente da área Internacional da OAS Agenor Franklin Medeiros afirmou, nesta quinta-feira, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que a construtora também tinha uma área específica para cuidar de pagamentos de propinas a políticos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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– Existe uma área na empresa que trabalha nessa parte de vantagens indevidas. Ela é chamada Controladoria, onde doações a partidos, até de forma oficial. Acho que sai do presidente, vai para o diretor financeiro e para o gerente dessa área – disse.
Segundo Medeiros, pagamentos de propinas foram realizados aos partidos PP, PSB e PT. O ex-executivo também citou a participação da OAS em dois contratos investigados pela força-tarefa da Lava-Jato, envolvendo a Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná, e a Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Conforme Medeiros, existiu pagamento de propinas a funcionários da Petrobras e a políticos em ambas as obras.
O ex-governador Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014, teria recebido dinheiro referente aos trabalhos de Abreu e Lima.
Ainda segundo Medeiros, os pagamentos para o PT eram diferenciados:
– Para o PT era tratamento diferenciado, por ser partido com valores maiores envolvidos. Esses outros partidos PSB e PP eu tenho pouco conhecimento de que tinha muitos valores. Mas o PT tinha, porque era sabido. O caixa único do PT era controlado por Léo (Leo Pinheiro, presidente da OAS).
O Ministério Público Federal (MPF) confirmou que está negociando acordo de delação premiada com executivos da empreiteira OAS. A informação foi obtida logo no início do depoimento de Medeiros a Moro.