Entre as milhares de escutas que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou públicas, está o registro de uma conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo, que escreve para o jornal Folha de S.Paulo e para a revista Veja, e Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Andrea foi presa, na semana passada, em Belo Horizonte, acusada de pedir dinheiro para Joesley Batista, um dos donos da JBS, em nome do irmão. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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Conforme o site BuzzFeed, a Procuradoria-Geral da República anexou o áudio no inquérito que investiga Aécio Neves. Azevedo chama uma reportagem da Veja de "nojenta" e critica o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante o diálogo. Azevedo anunciou que pediu demissão da Veja, na qual era colunista, após a publicação da matéria.
O áudio foi interceptado em abril. O jornalista não é investigado pela Polícia Federal na operação, mas o telefone de Andrea – um dos alvos da delação da JBS – estava sendo monitorado. Não foi identificado indício de crime na conversa.
De acordo com a Folha, Azevedo, por meio de nota, criticou a divulgação da gravação. Segundo o colunista, "a menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo."
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República informou que a informação veiculada na matéria do BuzzFeed "está errada". A PGR disse que "não anexou, não divulgou, não transcreveu, não utilizou como fundamento de nenhum pedido, nem juntou o referido diálogo aos autos da Ação Cautelar 4316, na qual Andrea Neves figura como investigada".