Em reunião nesta segunda-feira com o presidente Michel Temer (PMDB), os governadores Beto Richa (PSDB), do Paraná, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e o vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), criticaram a participação de fundos de pensão em empresas que comercializam carne. Segundo Pinho Moreira, tal tipo de participação implica o risco de acabar politizando a direção dessas empresas.
Falando em nome dos governadores que se reuniram com Temer, o vice-governador de Santa Catarina enfatizou ser necessário que as empresas do ramo de produção de carne sejam comandadas por pessoas que conheçam toda a sistemática do setor.
– Há empresas com forte participação de fundos de pensão. Isso, às vezes, politiza um pouco a direção das empresas. É fundamental que empresas do setor sejam dirigidas por pessoas do ramo, que entendam como se produz carne bovina, suína e de aves, desde o início, com sistemas integrados e com os cuidados com as parcerias dessas empresas – disse.
O vice-governador catarinense citou como exemplo de empresa que recebe esse tipo de influência a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
– Se você vai na BRF, tem Previ, tem Petros [fundos de pensão]. As grandes empresas do Brasil hoje têm participação importante e decisiva de fundos como esses nos conselhos. É claro que fazem isso porque investiram. Mas uma empresa que produz carne tem de ser tratada diferente de uma empresa que produz aço. Por isso, as pessoas têm de ser do ramo, para entender toda essa sistemática complexa – disse Pinho Moreira.
Na reunião, os governadores e o presidente Temer conversaram sobre as medidas que vêm sendo tomadas para gerenciar as consequências da Operação Carne Fraca, que investiga fraudes na fiscalização de frigoríficos. O vice-governador de Santa Catarina elogiou a rapidez nas ações, mas entende é necessário manter a atenção.
– O governo agiu rápido, mas o processo não está sanado e depende ainda de muitas ações – declarou.
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