O subprefeito do Desvio Rizzo, Joares José Paproski, 50 anos, foi agredido a socos por um funcionário e amigo de infância na manhã desta segunda-feira. Paproski precisou de atendimento médico e foi levado até o Pronto-Atendimento 24 horas (Postão) para receber curativos e passar por exames.
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A agressão é o desfecho de uma série de desentendimentos entre parte da equipe e o subprefeito, que começou com a transferência de três servidores para outros setores da prefeitura e que já gerou acusações de assédio moral contra Paproski. Na manhã desta segunda-feira, Paproski e dois capatazes estavam projetando como seria o dia de trabalho quando o motorista José Roberto Ribeiro, 41, invadiu o escritório da subprefeitura.
Em seguida, Ribeiro desferiu vários socos no rosto do subprefeito. Houve a intervenção dos capatazes e Ribeiro foi embora.
– Perdi a conta de quantos socos levei. Foi tão rápido e poderia ser pior se não houvesse outras pessoas ali – lembra Paproski.
Ribeiro é motorista da subprefeitura do Desvio Rizzo, mas foi transferido para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos há cerca de 15 dias, o que lhe desagradou.
– Eu agredi sim, perdi a cabeça, não tenho como negar. Mas estou sofrendo assédio. Me tiraram de um local de trabalho, sendo que lá na subprefeitura falta gente para trabalhar. Sempre tenho que engolir esses políticos. Tenho uma colega que também está sofrendo assédio. Agora vou responder perante a lei pelo que fiz – conta Ribeiro, que afirmou ter feito denúncias ao Ministério Público sobre o suposto assédio e também de supostas irregularidades na subprefeitura em relação ao repasse de materiais.
Na semana passada, a vereadora Gladis Frizzo (PMDB) formalizou um pedido de informações sobre as acusações de assédio, que poderiam ter cunho político. Conforme a peemedebista, haveria perseguições contra funcionários. No requerimento encaminhado ao Executivo, ela cita que a transferência dos três servidores impede que eles almocem em casa ou busquem os filhos na escola, por exemplo.
O subprefeito nega as denúncias:
– Sempre prego o respeito entre todo os colegas. Me acusam de perseguição política, mas nunca houve e nunca haverá assédio. No caso do funcionário que me agrediu, a transferência dele ocorreu porque a Secretaria de Obras precisa de um motorista temporário. Pedi então para ele dar uma mão, só que ele se revoltou – defende-se Paproski.
O subprefeito ainda afirma que já foi perseguido e ameaçado pelo motorista em duas ocasiões diferentes.
– Misturei as coisas, sei disso, mas minha vida virou um inferno – desabafa o motorista, foi para casa e publicou um vídeo no Facebook onde explica os motivos da agressão.
O secretário de Obras e Serviços Públicos, Leandro Pavan, diz que Paproski está sendo alvo de um movimento liderado por um servidor, que estaria incitando colegas.
– Não recebemos nenhuma reclamação de assédio aqui na secretaria. Aliás, o subprefeito do Rizzo está fazendo um bom trabalho. Não existe assédio. O que existe são pessoas acostumadas com outra realidade. Sobre o motorista em questão, ele foi transferido temporariamente porque estamos precisando do trabalho dele até ser contratado outro no lugar. Cortamos os carros locados para poupar gastos e agora precisamos dos motoristas. Mais de 50 mudanças de postos já ocorreram na secretaria desde que assumimos. Isso é um procedimento normal – explica Pavan.
A Procuradoria-Geral do município abrirá um processo administrativo disciplinar contra o funcionário público, que poderá receber advertência, suspensão ou até ser demitido do cargo. O processo será acompanhado pela Secretaria de Recursos Humanos e Logística.