As principais lideranças petistas alinharam um discurso para defender a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2018 e alegar que Lula tem sido alvo de uma "estratégia estabelecida" para tentar retirá-lo da corrida eleitoral do ano que vem.
Fora dos microfones, essa foi a tônica que marcou o encontro realizado nesta segunda-feira durante o seminário "Estratégia para a Economia Brasileira - Desenvolvimento, Soberania e Inclusão", promovido pelas lideranças do PT na Câmara e no Senado e pela Fundação Perseu Abramo, em Brasília.
– Nós temos a plena consciência de que há uma estratégia estabelecida por aquelas forças que fizeram o impeachment, e seus aliados, a grande mídia e o Ministério Público, de criar um impedimento à candidatura de Lula – disse à reportagem o senador Humberto Costa (PT-PE), que é alvo de inquérito instalado no âmbito da Operação Lava-Jato.
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Segundo Costa, que foi líder do partido do Senado até fevereiro, Lula tem sido alvo de uma "perseguição" política que, em sua avaliação, pode acabar por fortalecê-lo mais na corrida eleitoral.
– A condenação dele agora, numa segunda instância, para jogá-lo na Lei na Ficha Limpa, teria agora uma repercussão oposta ao que esse pessoal está pensando – comentou o senador, que chega a analisar o eventual apoio de Lula a outro candidato, caso se confirme o seu impedimento. – Essa perseguição, da forma como tem sido feita, pode terminar dando a ele uma musculatura tal que, mesmo não sendo candidato, o apoio dele seja absolutamente decisivo para alguém ganhar a eleição – disse.
O ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), que também está na lista dos investigados pela Operação Lava-Jato, reafirmou que o partido não conta com outro nome para as eleições do ano que vem.
– Por enquanto, não tem outro candidato, o PT continua trabalhando com essa possibilidade de Lula. Temos que continuar defendendo o patrimônio dele e do próprio PT – declarou.
– Ele continua a ser meu candidato. Agora vamos ver nessa guerra de versões. Eu acho que é impossível não reconhecer, mesmo quem não gosta dele, que há um direcionamento nesse sentido de acabar com ele. E isso é uma bobagem, uma burrice.
*Estadão Conteúdo