A Procuradoria de Prefeitos e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado cumpriu, nesta terça-feira, quatro mandados de busca e apreensão em residências em Ivoti, no Vale do Sinos, na apuração de supostas fraudes na fila do SUS.
Batizada de Operação F5-I, a ação é uma desdobramento da operação que denunciou, em 2015, a prefeita eleita de Ivoti, Maria de Lourdes Bauermann, além da correligionária Irani Weber, moradora de Ivoti, e Magali Vitorina da Silva, vereadora eleita de Taquara, pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações.
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Conforme a denúncia, elas inseriram informações falsas no sistema de marcação de consultas no SUS em Taquara de pacientes residentes em Ivoti, com o objetivo de agilizar o atendimento deles em unidades hospitalares da Capital. O caso foi denunciado em reportagem de Giovani Grizotti, da RBS TV.
Em outubro do ano passado, o MP já havia feito buscas na casa de Maria de Lourdes, a procura de documentos que comprovassem o esquema. Os mandados desta terça-feira são cumpridos nas casas de outros quatro correligionários da prefeita.
Entenda o caso
Entre abril de 2013 e novembro de 2015, Maria de Lourdes Bauermann e Irani Weber angariavam moradores cadastrados no SUS, em Ivoti, com problemas médicos e prometiam a elas o agendamento de consultas, exames e procedimentos de saúde de forma mais rápida e eficaz. Maria de Lourdes e Irani, repassavam os dados dos pacientes para Magali Vitorina da Silva, servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde de Taquara.
A funcionária, com atribuição para operar o sistema informatizado de regulação estadual, inseria no sistema os dados dos pacientes como se fossem residentes de Taquara, atribuindo a todos endereços falsos e inexistentes. Assim, eram viabilizadas as consultas, exames e procedimentos pelo SUS, agendados de forma mais célere do que conseguiriam em Ivoti.
As investigações mapearam 14 casos, como cirurgias plásticas nas pálpebras e no nariz, consultas oftalmológicas agendadas para duas semanas depois da marcação (a espera, em regra, é superior a um ano), além de uma consulta com oncologista marcada para 15 dias depois da inserção no sistema.