Diversas cidades do país registram manifestações neste domingo em apoio à Operação Lava-Jato. Durante a manhã, grupos de cidades do interior paulista, mineiro e também do Nordeste foram às ruas. Em Porto Alegre, a movimentação ocorreu no Parcão entre as 15h e as 18h.
Bonecos do ex-presidente Lula vestido de presidiário foram distribuídos durante o ato, onde o direito ao porte de arma foi uma pauta recorrente. Também houve manifestações contra o voto em lista fechada, que está sendo discutido em Brasília como parte de reforma eleitoral. A organização ainda não estimou o número de participantes.
Veja como foi a manifestação pelo país:
Veja imagens da manifestação em Porto Alegre
Brasília
Apenas 630 pessoas compareçam neste domingo à Esplanada dos Ministérios para a manifestação organizada pelo Movimento Vem Pra Rua. Foi um fiasco, se tomada por base a expectativa dos organizadores, que pediram à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal um efetivo capaz de atender a 100 mil pessoas.
O volume de manifestantes era praticamente o mesmo do efetivo deslocado para fazer a segurança durante a manifestação. Cerca de 600 profissionais foram escalados para o evento, sendo a maior parte deles vinculada à segurança pública.
Leia mais
Ato de apoio à Lava-Jato reúne manifestantes em Porto Alegre
Manifestantes ocupam a Avenida Beira-Mar em Florianópolis
Manifestação em Brasília atrai apenas 630 pessoas neste domingo
No carro de som, para os poucos se dispuseram a encarar o sol forte na Esplanada, os organizadores protestavam em defesa da Operação Lava-Jato e criticavam a aprovação do novo projeto de terceirização. O fim do foro privilegiado de parlamentares e dos votos em lista fechada também eram lembrados aos gritos durante o protesto.
No gramando, envolta do "pixuleco", boneco usado para fazer referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um grupo de jovens preferiu se entreter com um jogo de "frisbee", lançando discos de plástico ao redor do boneco inflável. Muitos pedalavam pela Esplanada, passeio comum durante os fins de semana em Brasília.
Em frente ao Congresso, os manifestantes exibiram imagens de lápides de isopor com fotos de diversos políticos, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do presidente do Senado, Eunício Oliveira.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que a manifestação ocorreu de forma pacífica. Os dois sentidos do Eixo Monumental, onde ficam os ministérios, estiveram fechados para veículos entre 23h de sábado e 12h40 deste domingo.
A destinação de 600 agentes de segurança, segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, "foi definida de acordo com a estimativa de público dada pelos organizadores à SSP-DF, em torno de 100 mil pessoas".
Rio de Janeiro
Em apoio à Operação Lava-Jato da Polícia Federal e contra o fim do foro privilegiado e da impunidade, os manifestantes percorreram a orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. A advogada Adriana Balthazar, porta-voz do Vem Pra Rua no Estado do Rio de Janeiro, disse que o grupo também é contrário ao voto em lista fechada e o aumento do fundo partidário "que são as coisas que impediriam a renovação. O foro privilegiado manteria essa turma que está aí (no Congresso Nacional)", disse.
São Paulo
Em São Paulo, o público se concentrou na Avenida Paulista, também com baixa adesão. A lotação não foi maior que um dia normal de domingo, quando a via fica fechada aos carros. No trecho de maior concentração, em frente ao Masp, o público não lotou nem um quarteirão. Os organizadores do evento e a Polícia Militar não divulgaram números de manifestantes.
Os políticos, que no ano passado disputaram os microfones, dessa vez não apareceram. Apesar de críticas pontuais, o presidente Michel Temer foi poupado, enquanto o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, foi criticado. Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), além do senador Aécio Neves (PSDB-MG), também foram alvos de ataque. No dia 13 de março do ano passado, o movimento atingiu seu ápice e reuniu 1 milhão de pessoas na Paulista, segundo os organizadores.
Belo Horizonte
Na capital mineira, a manifestação ocorreu na manhã deste domingo, em três pontos diferentes da Praça da Liberdade. A mobilização foi realizada pelos grupos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Patriotas, que lideraram os atos a favor do impeachment de Dilma Rousseff no ano passado. Desta vez, o presidente Michel Temer (PMDB) e o governador Fernando Pimentel (PT) também foram alvo de críticas.
Os manifestantes contaram com um palco e dois carros de som para fazer seus discursos. Os organizadores calcularam em 4 mil participantes. A Polícia Militar não fez estimativa de público.
Recife
No Recife, os manifestantes se concentraram na Avenida Boa Viagem, na zona sul da cidade, por volta das 10h. Usando roupas verde e amarela, os manifestantes levavam faixas em apoio à Operação Lava-Jato e ao juiz Sergio Moro, que conduz as investigações na Justiça Federal. Organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, a manifestação seguiu pela orla até o 2° Jardim, onde se dispersou por volta das 12h30min. Os organizadores e a polícia não divulgaram número de participantes.
Curitiba
Cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar – que dava segurança ao evento –, e 20 mil conforme os organizadores, participaram das manifestações contra a corrupção e em apoio à Operação Lava-Jato em Curitiba. Organizada pelos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, além do Libra - Livre Brasil, os protestos se dividiam entre várias pautas, desde a campanha pelo desarmamento, pedidos de prisão do ex-presidente Lula e apoio ao juiz federal Sergio Moro. A mobilização começou às 14h30 na Praça Santos Andrade e saiu em caminhada pelo calçadão na Rua XV até a Boca Maldita.
Salvador
O ato neste domingo em Salvador foi realizado com um carro de som e um trio elétrico desde as 9h, no Farol da Barra, e foi encerrado por volta das 12h no Cristo. Entre as principais pautas estavam o fim do fundo partidário, a escola sem partido e o fim do foro privilegiado, além do apoio às investigações de corrupção.
Os organizadores do movimento, afirmam ter levado 1,5 mil pessoas às ruas na capital baiana e destacaram que o movimento é apartidário e, por isso, abrange muitas questões. A organização não esperava pela manifestação ostensiva do grupo intervencionista da Bahia, que deseja o retorno do regime militar.
*ZH com informações de agências