Cerca de 43 mil estudantes voltam às aulas nesta segunda-feira na rede municipal de ensino de Caxias do Sul. Após aproveitar o período de recesso para pequenas reformas, professores e funcionários aguardam os alunos com tudo pronto.
Na escola Mansueto de Castro Serafini, no bairro Pôr do Sol, o ano letivo começa com duas novidades: sala de música novinha em folha e ampliação da educação infantil para crianças de quatro anos – até o ano passado, o atendimento era a partir de cinco anos. A implantação foi possível graças ao remanejo de espaços: a sala reformada para receber a nova turma, por exemplo, antes servia como depósito de materiais de limpeza.
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A nova sala de música é comemorada pelo docente Renan Vargas da Rocha, que antes ensinava as lições na própria sala de aula ou em outros locais.
– Todo o professor de música que ter um espaço, uma sala. Só de termos os instrumentos eu já estava feliz, imagina tendo uma sala prontinha, meu Deus do céu – celebra.
Violões, cavaquinhos, teclado, pandeiros e diversos instrumentos de percussão estão à espera dos cerca de 260 alunos do colégio, que funciona em turno integral. Com verba da autonomia financeira, a direção também fez alguns reparos, como o conserto da quadra, que estava com alguns parquets soltos e sem verniz. Hoje, os alunos serão recebidos com uma atividade física diferente, conta o diretor, Tiago Aguiar Cardoso.
– Esperamos ansiosos por eles, tudo o que fazemos é pelos alunos – afirma o diretor.
No ano passado, a instituição iniciou as aulas sob reforma, já que um vendaval arrancou telhas e deixou parte do prédio inundado no final de 2015. Os trabalhos foram concluídos no decorrer do ano passado.
Embora os problemas sejam historicamente mais amenos na rede municipal em relação à estadual, ainda são necessárias obras para que tudo fique em perfeitas condições. Um dos casos críticos no município é o da escola municipal Laurindo Luiz Formolo, no bairro São Ciro II. Uma das salas de aula tem o piso de madeira remendado com pedaços de alumínio – é a chamada sala de latinha. No ano passado, a prefeitura disse que um estudo de viabilidade para construção de um novo prédio estava sendo elaborado e que seria necessária verba via governo federal. A atual secretária, Marina Matiello, diz que há previsão de reforma a ser aprovada.
Nesta segunda-feira também iniciam as aulas na UCS. Na rede estadual, o ano letivo começa quarta-feira.
Ainda faltam vagas na educação infantil
Até a metade da tarde de sexta-feira, 1.152 crianças de quatro e cinco anos aguardavam por uma vaga na educação infantil. Segundo a secretária municipal da Educação, Marina Matiello, esse número muda rapidamente: no dia 9 de fevereiro, por exemplo, o déficit era de 1.024 vagas e no dia 16, quinta-feira, de 1.163. O Ministério da Educação obriga crianças de quatro e cinco anos a frequentarem a educação infantil, que passou a integrar a educação básica.
Segundo a secretária, ainda há cerca de 190 vagas disponíveis e não preenchidas, mas há dificuldade de matricular os alunos em função do zoneamento: as escolas ficam longe de onde moram as crianças. Como essas vagas são compradas pelo município em instituições particulares, falta recurso para custear o transporte e, assim, realizar as matrículas.
– Solicitei um pente-fino para aproveitarmos ao máximo essas 190 vagas, com crianças que correspondam ao zoneamento. Por isso que (conseguir vaga) é mais demorado para uns do que para os outros – explica a secretária, acrescentando que as verbas da educação estão restritas em função das previsões apresentadas em 2016. A região com maior carência de vagas na educação infantil é a do Desvio Rizzo.