A Justiça Federal do Rio Grande do Sul condenou cinco pessoas investigadas no âmbito da Operação Dedicado, que apurou crimes cometidos por quadrilha especializada em fraudes bancárias pela internet. O valor subtraído pelos criminosos no período de investigação, que teve início em abril de 2010, é de mais de R$ 5 milhões. A condenação foi proferida na semana passada pelo juiz Eduardo Gomes Philippsen, da 5ª Vara Federal de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
Leia mais:
Operação desarticula quadrilha suspeita de roubar mais de R$ 5 milhões
PF apreende R$ 2 milhões em bens de quadrilha especializada em golpes pela internet
O magistrado também decidiu que dois imóveis localizados em São Leopoldo, de propriedade de um dos condenados, e 12 veículos apreendidos na operação devem ser entregues à Justiça. Os acusados podem recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Os cinco réus foram condenados por associação criminosa e furto qualificado – mediante fraude digital. Quatro condenados deverão cumprir suas penas em regime semiaberto: Carla Andreia Marques (sete anos), Suellen Darley Acacio Santis (seis anos, um mês e 15 dias), Gilmar dos Santos Silva Junior (cinco anos e nove meses) e Claudiomir Augustinho Zanotelli (quatro anos e seis meses).
Sergio Zanotelli vai cumprir oito anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. Além do tempo de prisão, eles deverão pagar multas impostas pela Justiça. Todos podem recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Na época, todos os réus se declararam inocentes, afirmando não haver provas de participação deles nos crimes imputados.
Ao todo, 13 pessoas eram alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Na denúncia, elas foram acusadas de roubar senhas das vítimas, por meio do home banking da Caixa Econômica Federal, para realizar as fraudes. No decorrer do processo, um dos réus morreu e teve sua punição extinta pela Justiça. Os outros sete suspeitos foram absolvidos por falta de provas suficientes.
Segundo a força-tarefa, as fraudes consistiam em invasão de contas da Caixa e de outros bancos para subtrair valores, através de transferências a "laranjas", pagamento de boletos bancários e tributos (especialmente IPVA) e compras de mercadorias. A quadrilha era liderada por um gaúcho e um paranaense. Segundo a Polícia Federal (PF), os dois, que são programadores, alugavam seus sistemas fraudulentos para outros criminosos aplicarem golpes financeiros.
As autoridades conseguiram recuperar mais de R$ 2 milhões com a apreensão de bens dos criminosos.
*Zero Hora