Você acorda cedo, pronta pra ir trabalhar. Arruma seu filho e, ao chegar na creche, ela está fechada, sem aviso prévio. Cerca de quarenta mães de Cachoeirinha estão vivendo esta situação.
A creche Averonice, no Bairro Eunice Nova, conveniada com a prefeitura, deveria receber os alunos no dia 7 de fevereiro. Para surpresa das famílias, a instituição estava fechada por uma questão burocrática envolvendo a falta de um documento. Então, as mães se reuniram em um grupo do WhatsApp para, juntas, buscarem ajuda.
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A vendedora Giedre Andorffy da Cunha Borges, 23 anos, mãe de Bernardo Andorffy de Almeida, três anos, só não deu com a porta na cara porque, na noite anterior à volta às aulas, ligou para a secretária da creche para ver o horário em que poderia levar o filho. Foi avisada de que o local estaria fechado e sem previsão para reabrir.
De surpresa
A agente de turismo Cintia D’ávila, 37 anos, mãe da Manuela, três anos, e a vendedora Patricia Portela, 27 anos, mãe de Lorenzo, três anos, foram surpreendidas. Bernardo, Manuela e Lorenzo estão matriculados desde 2015. As rematrículas para 2017 foram feitas no final de 2016 e, até então, nada havia sido informado.
Sem perspectivas
Sem prazo para reabertura da creche Averonice, as mães pediram que a Secretaria Municipal da Educação realocasse as crianças em outras creches. A resposta foi negativa.
Com isso, Cintia, Patricia e Giedre estão vivendo o mesmo dilema: não têm condições de pagar uma creche particular, não podem deixar o trabalho para ficar em casa com os filhos e não veem uma expectativa de solução para o problema.
Nenhuma solução a curto prazo
Segundo a secretária da Educação de Cachoeirinha, Rosa Maria Lippert, até o ano passado, estavam sendo mantidos convênios com cinco creches. Todas foram convocadas a apresentar documentação até 20 de janeiro para que fosse mantido o termo de colaboração. Quatro entregaram e apenas a Averonice não.
O presidente da associação Averonice e responsável pela creche, José de Jesus, alegou que falta a certidão negativa da Justiça do Trabalho.
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Sem retorno
Ele argumenta que esse documento não era solicitado até 2016 e que, por existir um processo trabalhista de uma ex-professora contra a creche, não haveria como expedi-lo.
Rosa afirmou que 40 crianças estão matriculadas na Averonice. Segundo ela, existe uma lista de espera para a educação infantil municipal e, por isso, ainda não há como encaminhar os alunos da Averonice para as demais escolinhas.
– Estamos buscando alternativas, reorganizando os espaços e tentando mandar algumas crianças para as escolas de ensino fundamental para tentar dar conta de toda a demanda – explicou Rosa.
O DG questionou a Secretaria de Educação de Cachoeirinha sobre como será resolvida a pendência. Porém, não obteve retorno até o final da tarde.
Produção: Shállon Teobaldo