Surpreso com a repercussão nacional da inusitada medida de atender clientes em cima de caminhões na última sexta-feira, dia 3, o dono do Bar Zanuzi, em Caxias do Sul, espera agora sensibilidade da prefeitura da cidade para obter autorização e recolocar as mesas na rua, como vinha fazendo há sete anos. Por enquanto, conforme Sílvio Zanuz, os veículos – que circulam em um bloco no Carnaval de rua de Caxias – não serão mais utilizados até que o Executivo se manifeste.
No dia 27 de janeiro, o estabelecimento foi notificado pela Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU). Um fiscal compareceu ao local e avisou que a colocação de mesas e cadeiras na calçada seria motivo para multa. De acordo com Mirangela Rossi, titular da SMU, a prefeitura recebeu denúncia de que o bar estaria atrapalhando a passagem de pedestres na Rua Alfredo Chaves, uma das principais do Centro.
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Ela argumentou que existe liberação para uso da calçada, desde que se deixe 50% do espaço para passeio público. Um cliente, após saber da limitação, procurou o proprietário e ofereceu dois caminhões e uma resposta criativa à burocracia da prefeitura. Sílvio ficou interessado, e o resultado surpreendeu. Cerca de 30 clientes foram atendidos ao longo da noite e as imagens circularam pelas redes sociais, gerando uma publicidade positiva ao bar.
– Os carros paravam, as pessoas batiam fotos, gente do Brasil inteiro veio falar comigo. Foi uma ideia espontânea e bacana, todo mundo curtiu e se divertiu. Não é uma agressão à lei, não queremos afrontar ninguém, só esperamos o melhor para a cidade. Que ela evolua, crie ambientes legais – relata o empresário.
Na terça-feira, 31 de janeiro, ele encaminhou o pedido de licença para a SMU, mas ainda não teve retorno. Enquanto isso, garante que não descumprirá a determinação, mesmo com prejuízo diário estimado em 40% e possibilidade de demissão de funcionários. Nesta segunda-feira, a secretária informou que a licença deve ser liberada até o final da semana.
– Pedimos um parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM), pois é uma licença que nunca havia sido expedida. Provavelmente ele terá (a concessão), desde que demarque o espaço. Só queremos que o pessoal se regularize – ponderou Mirangela Rossi.