É em meio a um novo cenário mundial, marcado por uma onda conservadora crescente em diversos países, que Porto Alegre recebe o primeiro Fórum Social das Resistências (FSR), de terça-feira a sábado.
O evento, que começa no final da tarde desta terça-feira com a Marcha e o Ato por Democracia e Direitos dos Povos, é capitaneado por diferentes movimentos sociais em conjunto com o conselho do Fórum Social Mundial (FSM). O objetivo é reunir entidades para trocar experiências, buscar soluções e colocar em pauta propostas para enfrentar as crises política, social e ambiental no Brasil, na América Latina e no mundo. Como principal desafio, está contornar a crise de representação que esses movimentos enfrentam:
– Esta crise está ocorrendo nos campos econômico, político e popular também. Hoje, os movimentos estão mais pulverizados, e isso se reflete no fórum, mas entendemos que é momento de se pensar em nova forma de se fazer política – afirma Mauri Cruz, integrante do Comitê de Apoio Local do FSM e membro da direção executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong).
Leia mais
Desfile de Carnaval de Porto Alegre tem data remarcada
CEEE diz que não há chance de explosão em rede subterrânea da Capital
De acordo com os organizadores, o FSR é um "braço" do Fórum Social Mundial, movimento que teve sua primeira edição em 2001, também na capital gaúcha, e que ganhou notoriedade internacional desde então. Foi a partir de 2010 que os membros do conselho do FSM decidiram incluir na agenda fóruns temáticos, caso do evento que tem início hoje. De acordo com Cruz, o encontro irá reunir "povos de resistência" para um debate amplo e integrado com diferentes setores da sociedade, que irão buscar soluções conjuntas para o que chamam de "processo de retirada dos direitos sociais".
– Entendo que este é um momento positivo de ação para os movimentos sociais, pois ocorre a reunião de grande número de atores de diferentes setores.
É um momento rico de debate, de articulação e de reafirmação da necessidade de organização dos movimentos – destaca Liége Rocha, membro da direção da Federação Democrática Internacional de Mulheres.
A expectativa é de que 20 mil pessoas participem do fórum. Entre os destaques do evento estão as Plenárias das Resistências, que abordarão as lutas em andamento no Brasil, na América Latina e no mundo. A programação também irá oferecer atividades autogestionadas por movimentos sociais, assembleias e análises da conjuntura internacional por meio de debates. A maior parte das atividades será no auditório Araújo Vianna e no Parque Farroupilha.
A data do evento foi escolhida em contraposição ao Fórum Econômico de Davos, realizado no mesmo período, na Suíça. De acordo com a organização do fórum na Capital, o evento na Europa congrega o pensamento neoliberal responsável pela atual crise civilizatória.
TROCA DE IDEIAS
Como participar: o evento é aberto ao público. Quem quiser ter prioridade na entrada das atividades com grande número de participantes pode se inscrever pelo forumsocialportoalegre.org.br
Inscrição: R$ 20
Informações e programação completa: forumsocialportoalegre.org.br/programacao-fsdasresistencias
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Terça-feira
17h - Marcha dos Povos em Resistência, no Largo Glênio Peres, e Ato por Democracia e Direitos dos Povos, no Largo Zumbi dos Palmares
Quarta-feira
9h - Análise da Conjuntura Internacional no Auditório Araújo Vianna
14h - Análise da Conjuntura da América Latina no Auditório Araújo Vianna quinta-feira
9h – Plenárias das Resistências, com temáticas sobre lutas e resistências em andamento no Brasil, na América Latina e no mundo
14h – Assembleia dos Povos Luta e Resistências no Auditório Araújo Vianna
Sexta-feira e sábado
9h às 17h - Atividades autogestionadas
Sábado
17h - #OcupaParqueFarroupilha, na Redenção, com previsão de diversas atividades