A família Odebrecht prepara a saída da gestão do conglomerado, informa nesta terça-feira o jornal Valor Econômico. O principal grupo implicado na Operação Lava-Jato também planeja abrir o capital da construtora, um dos braços da organização. O IPO (oferta inicial de ações na bolsa) deve ocorrer em 2018.
O plano, para fazer a Odebrecht sobreviver à crise desencadeada pelos escândalos de corrupção descobertos pela Lava-Jato, é não ter mais ninguém com o sobrenome da família à frente do conselho de administração e da presidência executiva. A intenção, com as duas medidas, é passar uma imagem de maior transparência ao mercado, tanto pela escolha de gestores independentes quanto pelas regras que permitem maior visibilidade externa em relação às empresas de capital aberto.
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Emilio Odebrecht, filho do fundador do conglomerado, deve deixar a presidência do colegiado da holding do grupo Odebrecht S.A. (ODB) em dois anos. Em entrevista ao Valor, o presidente da ODB, Newton de Souza, explicou que a família deve continuar apenas como acionista controladora. Conforme a publicação, Marcelo Odebrecht, filho de Emilio e que comandava os negócios até ser preso em 2015, era contra abertura de capital da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), braço que reúne os negócios de construção pesada e controladas que também atuam na área no Exterior.