Desde outubro do ano passado, a dona de casa Roselaine Pinto Rezeres, 62 anos, de Alvorada, tenta se aposentar por invalidez no INSS. Entretanto, os exames e comprovantes que ela tem, dados pelo médico do posto de saúde, não são aceitos pelo médico perito do órgão, que alega que Roselaine tem total condição de trabalhar.
Em maio de 2014, ela caiu durante o banho, quebrou o fêmur e passou por uma cirurgia para colocação de prótese na perna esquerda. Um ano depois, precisou fazer outra operação para colocação de prótese também do lado direito. Desde então, Roselaine não caminha sozinha, somente com o auxílio de outras pessoas e precisa da muleta o tempo inteiro.
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De acordo com o filho, o gerente de loja Roni Ricardo Pinto Rezeres, 37 anos, logo após o acidente Roselaine conseguiu o benefício de auxílio-doença, pois pagava o INSS como autônoma, justamente para garantir seus direitos. Contudo, após oito meses a ajuda foi suspensa e ela está na luta para encaminhar a aposentadoria.
– Ela recorreu e conseguiu o benefício por mais um tempo, mas aí em outubro cancelaram de vez. Desde o ocorrido, viemos pedindo a aposentadoria também, mas não sabemos mais o que fazer, porque um médico diz uma coisa e outro diz outra – diz Roni.
Abalo emocional
Antes da queda e de ficar impossibilitada de se locomover sozinha, Roselaine cuidava de crianças em casa e, conforme relato do filho, era uma mulher ativa e fazia tudo sozinha.
– Ela morava sozinha, ia para cima e para baixo sem depender de ninguém. Eu fui morar com ela porque agora ela não consegue mais fazer atividades simples, como limpar a casa, nem subir no ônibus ou uma escada sozinha. Claramente ela não tem condições físicas de trabalhar – queixa-se Roni.
Outro problema acarretado pelo acidente foi o abalo na saúde emocional. Roni conta que a mãe ficou bem triste com tudo o que aconteceu e a demora em conseguir a aposentadoria tem piorado ainda mais a situação.
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Perícia marcada para o dia 30
A Divisão de Benefícios do INSS informou que o benefício de auxílio-doença foi concedido a Roselaine, inicialmente, entre 30 de abril de 2015 e 31 de dezembro do mesmo ano. Após o corte, ela solicitou a prorrogação, que foi aceita pelo exame médico-pericial e o pagamento foi realizado até 19 de abril de 2016.
No dia 22 de dezembro do ano passado, Roselaine pediu novamente o auxílio-doença e tem uma perícia agendada para o dia 30 deste mês. Por este motivo, o órgão não pode afirmar a existência de incapacidade para o trabalho, pois ela precisa fazer o exame primeiro.