O Exército está preparado para atuar pela segurança pública de Caxias do Sul. O comandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe), tenente-coronel Márcio Faccin de Alencar, afirma que a alternativa vem sendo discutida desde o final do ano passado e que já ocorreram reuniões de coordenação com a Brigada Militar (BM). Falta apenas uma ordem oficial, que também determinará a quantidade de soldados envolvidos e o tempo de atuação dos militares na cidade.
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A iniciativa é uma resposta ao avanço da violência em Caxias do Sul. Em 2016, o município registrou 150 assassinatos e mais de 3,8 mil roubos. Em média, uma pessoa foi assaltada a cada duas horas – um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A presença dos militares nas ruas daria uma maior sensação de segurança, pois permitiria que a BM ampliasse a repressão ao crime.
– É importante ressaltar, que não teremos a força de polícia. Por isso, a importância de ter a BM juntamente do 3º GAAAe. Caso seja necessário uma atividade própria da polícia, como uma prisão ou apreensão, a BM que realizará – explica o tenente-coronel Faccin.
A participação de soldados na segurança pública é fruto de um convênio entre o Comando Militar do Sul, com sede na Capital, e o Comando da BM no Estado. A cooperação do Exército na segurança da Serra foi cogitada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, em outubro do ano passado. Porém, na época, o mais provável era ampliação da atuação dos militares em Porto Alegre, o que possibilitaria o deslocamento de brigadianos para Caxias do Sul.
A estratégia mudou em dezembro, quando o 3º GAAAe recebeu ordem para preparar os militares para o emprego na segurança pública em Caxias. O quartel no bairro Rio Branco abriga mais de 400 militares. Em 1º de março, com a incorporação de recrutas, chegará a 472 homens.
O 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) vê com bons olhos a participação do Exército.
– O 3º GAAAe e a Brigada Militar sempre foram parceiros. Toda força para auxiliar na segurança pública é bem-vinda – afirma o major Emerson Ubirajara, comandante interino do 12º BPM.
COMO O EXÉRCITO ATUARIA
:: Em Porto Alegre, as Forças Armadas atuam na segurança pública, mas não possuem poderes de polícia. Assim, a atuação ocorre de forma conjunta com a BM e o brigadiano é quem efetua a prisão ou apreensão de armas e drogas.
:: O caráter é mais preventivo pela presença armada nas ruas, o que pode intimidar ações criminosas.
:: O 3º GAAAe também pode reforçar operações do 12º BPM. Enquanto a Companhia de Operações Especiais (COE) realiza a incursão em um bairro, por exemplo, os soldados fariam o isolamento da área e formariam barreiras nas principais vias de acesso.
:: Com 400 homens, o reforço do 3º GAAAe aliviaria a sobrecarga da BM. Hoje, o efetivo do 12º BPM é estimado em 360 servidores.