Desde agosto de 2016, a aposentada Olíria Silva de Souza, 64 anos, aguarda uma cirurgia para remoção de um osso exposto e plástica de reconstrução no crânio pelo Sistema Único de Saúde (Sus).
Em abril de 2015, ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico e num período de 15 dias foi submetida a quatro cirurgias.
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Segundo o irmão, o eletrotécnico João Pedro Souza, 52 anos, Olíria acordou quatro dias após o AVC, mas para a surpresa da família, o sangramento no cérebro voltou e foi necessário abrir o crânio para descomprimir. Após a complicação, ela ficou um mês em coma, do total de dois meses internada no Hospital São Lucas da Puc-RS.
– Os médicos costuraram a parte da cabeça que foi aberta, mas foi um curativo superficial, pois o tecido necrosou. Mesmo assim, eles deram alta para ela no dia 22 de junho de 2015 e, de lá pra cá, estamos nesta luta para que ela consiga a cirurgia – conta João.
Incertezas
Conforme o irmão da paciente, em agosto, quando ela passou por uma consulta no Hospital São Lucas, o médico prometeu que a cirurgia seria realizada em, no máximo, três meses. Passado o período, como nada aconteceu, a família procurou novamente a Secretaria da Saúde.
Com o couro cabeludo exposto e a área infeccionada, a preocupação da família aumentou. No dia 23 de dezembro, Olíria passou por uma nova consulta. Após ser submetida a uma bateria de exames pré-operatórios e iniciar a medicação com antibiótico para diminuir a infecção, a equipe médica pré-agendou a cirurgia para 13 de janeiro. No entanto, avisou que não existe garantia de que vá acontecer.
– Estamos há quase dois anos nesta situação e ainda nos deixam nesta incerteza. Não temos mais esperança, precisamos de algo concreto – lamenta o irmão.
Dependência
O mais triste, para João, é ver a irmã em uma situação de dependência. Segundo ele, Olíria era uma mulher ativa, trabalhava, morava sozinha e, após o AVC, precisou morar com a outra irmã deles, em Sapucaia do Sul, e passou a depender da família para quase tudo.
– Logo que saiu do hospital, ela não falava nada e só se alimentava por sonda. Agora, ela já consegue falar um pouco e comer sozinha, mas continua acamada, sem caminhar. Ela não aceita muito bem a situação e fica chateada por depender dos outros – desabafa João.
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Procedimento segue agendado para o próximo dia 13
O Hospital São Lucas da Puc-RS informou que a internação da paciente Olíria Silva de Souza ocorreu via emergência, em abril de 2015, e foram realizados todos os tratamentos necessários no período. Após a alta, segundo orientação da Secretaria da Saúde, os pacientes devem ser regulados pela Central de Marcação de Consultas do Estado.
Sendo assim, Olíria teve uma consulta 30 dias após a alta e foi encaminhada para a regulação do Estado. O gerenciamento do tempo de espera entre pedido e a consulta de fato, segundo o hospital, não depende deles quando o atendimento é via Sus.
O agendamento cirúrgico é determinado pela equipe médica, conforme o quadro de saúde do paciente e as condições necessárias para a realização do procedimento. Até o momento, o hospital diz que a operação está programada para o dia 13.