Emocionada durante toda a leitura da sentença que determinou pena de 22 anos de prisão para o ex-policial militar Luis Paulo Mota Brentano, na noite desta sexta-feira, a mãe do surfista Ricardinho, Luciane dos Santos, se disse aliviada com o desfecho do julgamento.
Antes de falar com a imprensa, ela chegou a cumprimentar e abraçar os dois advogados que atuaram na defesa do acusado. Perguntada se conseguiria pensar em perdão, a mãe do surfista disse não alimentar qualquer sentimento.
– Meu coração é só a dor da perda. Não conseguia ter sentimento de ódio, compaixão, nada. Se alguém tem que perdoá-lo é Deus – desabafou.
Sobre o resultado do júri, Luciane respondeu que, considerando o que poderia esperar em termos judiciais, a pena correspondeu às expectativas dos familiares.
– É um sentimento de alívio porque era isso o que a gente vinha buscando. E, graças a Deus, a gente conseguiu o que a gente queria. A primeira parte sabemos que ainda é uma ferida, nunca vai cicatrizar – concluiu.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 19 de janeiro de 2015. Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o então policial militar Luis Paulo Mota Brentano estava na Guarda do Embaú, em Palhoça, passando férias com o irmão de 17 anos. No dia anterior, afirma o MP, os dois teriam ingerido bebidas alcoólicas de maneira excessiva até a manhã seguinte.
Por volta de 8h, Mota teria dirigido o próprio carro embriagado até a entrada de uma residência, exatamente onde seria feita por Ricardinho uma obra de encanamento. Depois disso, relata a denúncia, o surfista e o avô, Nicolau dos Santos, teriam pedido ao policial que retirasse o veículo do local, mas Mota se negou e chegou a afrontá-los.
Do interior do veículo, explica a denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina, o policial teria atirado três vezes contra Ricardinho, sendo que duas balas atingiram o surfista. Leandro Nunes, advogado de defesa do acusado, afirma que Mota reagiu em legítima defesa, "diante de ataque de Ricardo dos Santos".
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