A denúncia de um possível estupro de uma menina de três anos no bairro Planalto, em Caxias do Sul, reforça o alerta aos pais: é preciso ter atenção com quem se aproxima dos filhos. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registradas 55 ocorrências de abuso sexual contra crianças.
No caso mais recente, que teria ocorrido na segunda-feira e foi registrado na terça-feira, a suspeita recai sobre o companheiro da cuidadora da menina, que a substituiu para que a mulher levasse um filho ao médico. A denúncia é investigada pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescentes (DPCA).
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Conforme boletim de ocorrência, a criança reclamou de dores na vagina durante o banho. A mãe, ao verificar, encontrou sangue nas partes íntimas da pequena. Ela foi levada ao Hospital Geral, onde foi examinada. Não houve confirmação do abuso, mas a menina foi encaminhada para atendimento com um psicólogo. A Polícia Civil aguarda a avaliação de um perito do Departamento Médico Legal (DML) para confirmar se houve o estupro.
O delegado plantonista Ives Trindade aponta que, nesse tipo de caso, a preocupação inicial da Polícia Civil é medicar a vítima e encaminhar à perícia para recolhimento de material genético, que fará parte da investigação.
– Quando é um crime recente, o procedimento é encaminhar para o Hospital Geral, que possui um atendimento preparado e sensível para este tipo de caso. Depois, há o trabalho de perícia para confirmar a extensão do abuso e encontrar possíveis provas – acrescenta.
Pais precisam ficar atentos
Como a maioria dos casos de abusos sexuais contra crianças ocorre em ambiente familiar, este é um crime de difícil prevenção. Por isso é importante que os pais se cerquem de pessoas de confiança e fiquem atentos a qualquer mudança de humor ou comportamento da criança. Confira os conselhos da DPCA:
:: Evite deixar a criança sozinha com quem não é de absoluta confiança.
:: Atente a mudanças de humor ou nervosismo da criança perto de uma pessoa específica.
:: Verifique mudanças repentinas de comportamento ou medo de contatos.
:: Observe um possível manuseio de objetos com cunho sexual (seriam repetições dos movimentos vividos).
:: Dependendo da idade, repare a fala das crianças diante de alguns comportamentos, como cenas vistas na televisão.
Estupro de vulnerável
O menor de 14 anos tem uma proteção especial da lei brasileira. Com essa idade, é proibida qualquer conduta sexual, mesmo que haja consentimento. A pena para o crime varia de oito a 15 anos de reclusão. Se houver também lesão corporal grave, a pena aumenta de 10 a 20 anos de reclusão.
Números de 2016
A Polícia Civil registrou 55 ocorrências com crianças vítimas de estupro entre janeiro e novembro deste ano.
:: Meninos: 15
:: Meninas: 40