Prestaram depoimento à Polícia Civil os dois policiais militares investigados por suposta omissão no socorro ao soldado Bento Júnior Teixeira Borges, 36 anos, assassinado a facadas em um posto de combustíveis durante uma briga na manhã do último domingo (25) em São Gabriel. As informações são do Diário de Santa Maria.
Conforme o delegado José Bastos, titular da Delegacia da Polícia Civil em São Gabriel e responsável pela investigação, o sargento afirmou que o grupo estava em maior número e ele estava desarmado. Disse que ligou para a BM e pediu socorro, mas não ajudou o colega pois temeu pela sua segurança e da sua companheira, que filmou a ação enquanto ele circulava pelo posto, de carro.
O soldado aparece nas imagens aproximando-se de Bento e saindo do local de carro, deixando o colega para trás. Ele disse que se ficasse, teria matado alguém ou também teria morrido. Ele afirmou que não ligou para pedir socorro, mas que pediu para outra pessoa que estava no posto para que fizesse isso.
Para o delegado, há indícios de que pode ter ocorrido omissão. Se isso se confirmar, eles podem responder pelo crime de homicídio por omissão, pois “se furtaram ao dever de evitar o resultado, tendo em vista a condição de profissionais da segurança pública”.
– Mas há muitas circunstâncias que temos que avaliar para chegar à conclusão. O que é analisado é qual era possibilidade de ação de cada um e o que cada um fez e deixou de fazer. Nossa legislação vai até a expulsão – afirma Bastos.
A investigação recaiu sobre os PMs depois da divulgação de imagens feitas com celular e que mostram que os dois estavam no posto Batovi, na BR-290, no momento em que Bento foi morto a golpes de facão. As cenas mostram o policial sendo agredido.