Em um depoimento que durou pouco mais de três horas, o ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht teria confirmado à Lava-Jato a versão do ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho sobre pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB feito a pedido do presidente Michel Temer.
Conforme apurou o jornal Folha de S. Paulo, Marcelo teria dado informações sobre o episódio do jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, quando, segundo os delatores, foi acertado o pagamento de milhões para a campanha peemedebista. Na ocasião, estavam presentes Temer, então vice-presidente, e o hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
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O depoimento foi realizado na última segunda-feira. De acordo com procuradores, prosseguiu na terça e deve durar pelo menos três dias.
Ainda conforme a Folha de S. Paulo, o herdeiro não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com Melo Filho, teria sido feita por Padilha.
Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo teria pedido que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer, em São Paulo.
Temer, Padilha e Yunes negam ter praticado qualquer tipo de irregularidade e a empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos.