Em meio à crise no setor naval e da greve no principal hospital de Rio Grande, vereadores do município do Sul do Estado aprovaram na tarde de quarta-feira (14) reposição salarial de 10,33%. O projeto de lei dos vereadores Joel de Ávila (PPS) e Paulo Roldão (PRB) foi votado com prioridade durante a sessão.
O projeto é baseado em uma revisão geral anual, referente ao ano de 2016, e renderá em torno de R$ 15 mil retroativo aos 21 parlamentares. Foram seis votos a favor e quatro votos contra. Todos os votos a favor são de parlamentares que não se reelegeram: Dirnei Motta (PROS), Kanelão (PMDB), Thiaguinho (PMDB), Joel de Ávila (PPS), Paulo Roldão (PRB) e Nando Ribeiro (PCdoB).
A presidência da Câmara de Vereadores se manifestou contra o projeto de lei. “A mesa diretora é contra esse projeto, sabendo de tudo o que está acontecendo no nosso município. A Santa Casa fechando, o Polo Naval acabando e as pessoas desempregadas”, disse o presidente, vereador José Antônio Silva (PSDB).
O PL será encaminhado à Prefeitura de Rio Grande. O prefeito, Alexandre Lindenmeyer, já se manifestou conta a reposição. Os vereadores de Rio Grande recebem, atualmente, R$ 11,2 mil.
Repercussão
Empresários acharam a posição dos vereadores insensível para o atual momento econômico e social da cidade. Na segunda-feira 3,2 mil funcionários foram demitidos do Estaleiro Rio Grande. Na terça, funcionários da Santa Casa decidiram entrar em greve por atraso do salário de novembro e do 13°.
"Os empresários estão lutando, brigando para pagar o 13° salário dos funcionários e os vereadores querendo receber o 14°? É uma total insensibilidade", disse o empresário e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Carlos Teixeira Zanetti.
Segundo Zanetti, o assunto será abordado nesta quinta-feira (15), no evento "Almoçando com a CDL", que abordará as perspectivas para o varejo e economia.